Conflito entre Israel e Palestina já deixou cerca de 80 mortos, 70% civis
Mais de 80 mortes de palestinos foram registradas nos três últimos dias de conflito entre Israel e Palestina, sendo que cerca de 70% delas são de civis, informaram fontes médicas nesta quinta-feira (10).
Entre as vítimas estão três palestinos que foram atingidos por um míssil israelense enquanto viajavam de carro para Jabalya, no norte da faixa de Gaza. Segundo o Ministério da Saúde da região, outras 537 pessoas ficaram feridas, 20 delas em estado crítico, em sua maioria mulheres e crianças.
Até o momento, os ataques vindos de Gaza não causaram vítimas israelenses.
Segundo Ashraf al Qedra, porta-voz de emergências de Gaza, o número de vítimas civis aumentou nas últimas 48 horas de ofensiva com o ataque por ar de Israel a prédios residenciais, assim como grupos de pessoas que se encontram no litoral.
O Ministério do Interior em Gaza disse em comunicado que cerca de 80 casas e edifícios foram destruídos nos últimos três dias.
Caças-bombardeiros da aviação e embarcações de guerra das Forças Armadas israelenses bombardeiam com intensidade há três dias Gaza, enquanto milicianos palestinos lançam continuamente foguetes contra o centro e sul de Israel.
Desde terça-feira (8), Israel calcula que perto de 750 alvos foram alvo de suas operações em Gaza.
Fontes militares israelenses avaliam em aproximadamente 360 o número de foguetes de diferente alcance disparados desde o território palestino, dos quais 255 caíram em Israel e 67 foram interceptados pelas baterias antimísseis do sistema "Cúpula de Ferro".
No último dia 7, Israel lançou a ofensiva "Limite Protetor" contra a faixa de Gaza. O conflito entre Israel e Palestina se agravou nas últimas semanas após o sequestro e morte de três jovens israelenses e um jovem palestino.
Autoridades
O presidente israelense, Shimon Peres, alertou que se a Palestina continuar lançando mísseis, Israel aumentará sua intervenção militar, e a operação terrestre poderia ser inevitável.
Por sua vez, o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, definiu a situação como um verdadeiro genocídio. Hoje em Tel Aviv as sirenes de alarme que alertam sobre a chegada de mísseis não param de tocar.
Já as autoridades egípcias reabriram nesta quinta-feira o túnel de Rafah para permitir a evacuação na região do Sinai egípcio de palestinos feridos na faixa de Gaza.
O túnel de Rafah, único na fronteira com Israel que permite acesso à faixa de Gaza, geralmente fica fechado. As autoridades justificam a medida com os perigos representados por jihadistas ativos no território egípcio.
Ruas vazias
A violência esvaziou as ruas de Gaza e Tel Aviv, onde a população, temerosa, pergunta onde cairá o próximo foguete ou míssil.
O calçadão de Tel Aviv, geralmente lotado no verão, também estava completamente vazio.
Nos cafés de Gaza, o panorama é muito mais sombrio. Na madrugada desta quinta-feira, oito pessoas morreram e 15 ficaram feridas em um ataque aéreo contra um café de Khan Yunis, onde os clientes assistiam a semifinal da Copa do Mundo entre Argentina e Holanda.
"À beira do precipício"
"Gaza está à beira do precipício. A deterioração da situação está levando a uma espiral que poderia escapar do controle de todos muito rapidamente", advertiu o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, antes da reunião de emergência do Conselho de Segurança programada para hoje.
"O risco de que a violência aumente ainda mais é real. Gaza e a região em seu conjunto não podem permitir-se outra guerra total", disse Ban Ki-moon.
O secretário-geral da ONU conversou com Netanyahu e pediu máxima prudência, mas admitiu que os ataques com foguetes a partir de Gaza são "inaceitáveis e devem parar".(Com agências internacionais)
Segundo Israel, os locais atingidos são utilizados para lançar foguetes contra civis israelenses, e as crianças mortas foram usadas como escudos humanos. A operação, segundo Israel, teve como objetivo interromper a onda de ataques com foguetes disparados do território palestino.
As Forças Armadas israelenses disseram ainda que as operações não têm prazo para terminar, uma vez que buscam desferir um golpe contra o grupo militante islâmico e acabar com os disparos de foguetes que atingiram territórios de Israel nos últimos dias. “Isso não vai acabar em um ou dois dias. Vai levar tempo”, disse Yitzhak Aharonovitch, ministro de gabinete do país para segurança interna, ao canal 2 TV, durante uma visita à cidade de Ashkelon, no sul, que foi bastante atingida pelos foguetes.
“Se precisarmos entrar em uma operação terrestre, então vamos fazê-lo. Essas coisas estão na mesa. Essas opções existem. Nós não vamos parar por nada até o lançamento de foguetes terminar”, acrescentou.
Questionado se havia algum esforço para alcançar um cessar-fogo, Aharonovitch disse “não agora”.
Autoridades israelenses disseram que o governo autorizou o Exército a mobilizar um adicional de 40 mil reservistas, se necessário, para a operação. Ao cair da noite, o Exército anunciou ter mobilizado 20 mil reservistas, além dos 1.500 reservistas que já haviam sido convocados.
TENSÃO. O avanço do uso das armas sobre o do diálogo tem pressionado a rotina das populações dos dois lados. Em Israel, que possui um eficiente sistema antimíssil chamado “Domo de Ferro”, sirenes de alertas aéreos soaram em grandes cidades, como Tel Aviv e Rishon LeZion, levando moradores a se dirigirem para refúgios.
A retórica de guerra dominou os discursos de ambas as partes, com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, ameaçando “arregaçar as mangas contra o Hamas”, enquanto a organização palestina declarou que “todos os israelenses” são potenciais alvos de ataque.
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Jovens mortos foram estopim
Tel Aviv. Três adolescentes israelenses foram sequestrados em 12 de junho, provocando varreduras do Exército israelense na Cisjordânia. Os corpos de Naftali Frankel, Gil-ad Sha’er e Eyal Yifrach foram encontrados na semana passada, quando a hostilidade entre israelenses e palestinos explodiu. O jovem palestino Muhammed Abu Khdeir foi assassinado dois dias depois, o que aumentou ainda mais a violência entre os grupos.
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Os confrontos atuais são mais um lance de um conflito iniciado há 60 anos, com a declaração do Estado de Israel, em 1948.
Com a saída das tropas britânicas, o recém-criado país foi alvo de ataques de seus vizinhos árabes. Cerca de 700 mil palestinos, metade da população do país até então controlado pelo Reino Unido, deixam suas casas. Um armistício foi firmado um ano depois, mas não houve uma paz formal.
Israel invadiu a Faixa de Gaza e o Sinai em 1956 e retirou-se seis meses mais tarde.
Em dezembro de 1987, a Primeira Intifada palestina começou nos territórios ocupados. Cerca de 400 israelenses e 1.500 palestinos morreram ao longo de seis anos.
Em 1988, a OLP (Organização para a Libertação da Palestina), de Yasser Arafat, propôs a criação de um estado palestino que coexistiria pacificamente com Israel, mas os israelenses recusaram a proposta.
Em janeiro de 2006, o grupo islâmico Hamas venceu as eleições parlamentares palestinas. No mesmo ano, uma guerra entre Israel e Líbano foi iniciada depois que miliantes do movimento libanês Hizbollah capturaram dois soldados israelenses. Pelo menos 1.100 libaneses e 157 israelenses morreram em 34 dias de luta.
Em junho de 2007, o Hamas tomou o poder na Faixa de Gaza, até então dominada pelas forças do movimento islâmico Fatah, do presidente palestino Mahmood Abbas.
Cenas fortes:
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