Famosa por seus rankings de milionários pelo
mundo, a revista norte-americana "Forbes" publicou em seu site
reportagem (aqui, em inglês) na qual lista os pastores evangélicos mais ricos do Brasil.
A lista é encabeçada de longe pelo líder da Igreja Universal do Reino
de Deus, bispo Edir Macedo, com riqueza estimada em US$ 950 milhões
(cerca de R$ 1,9 bilhão) e dono de empresas que incluem, entre outras, a
Rede Record, o jornal "Folha Universal" e uma gravadora de música
gospel.
A assessoria da Universal diz que o valor é incorreto e
que o patrimônio de Macedo não é público. "O patrimônio pessoal do
bispo Macedo, como de qualquer cidadão que não exerce atividade como
servidor ou agente público, não é questão que mereça publicidade",
afirmou, em nota, a assessoria da igreja.
Os valores citados no
site da revista não são oficiais. As estimativas foram baseadas em
informações publicadas na imprensa brasileira com dados do Ministério
Público e da Polícia Federal.
"A religião sempre foi um negócio
lucrativo. E se você for um pregador evangélico brasileiro, as chances
de você encontrar uma mina de ouro são bem grandes", diz trecho da
reportagem.
Em segundo na lista de pastores abastados, a
'Forbes' coloca o apóstolo Valdemiro Santiago, líder da Igreja Mundial
do Poder de Deus e dissidente da Universal, de onde saiu para fundar a
sua própria vertente. Segundo a revista, sua fortuna soma US$ 220
milhões (R$ 450 milhões).
Logo atrás aparece Silas Malafaia
(US$ 150 milhões, ou R$ 305 milhões), da Assembleia de Deus Vitória em
Cristo, R.R. Soares (US$ 125 milhões, ou R$ 255 milhões), da Igreja
Internacional da Graça de Deus, e o casal Estevam e Sônia Hernandes (US$
65 milhões, ou R$ 130 milhões), da Renascer em Cristo.
Lista da "Forbes"
A revista destaca ainda o crescimento do número de evangélicos no
Brasil -- de 15,4% para 22,2% da população em uma década - e a
popularização da teologia da prosperidade --movimento que prega o
bem-estar material do homem--, adotada pela maior parte das religiões
neopetencostais.
Segundo a reportagem, muitos jovens no Brasil
sonham em se tornar um pregador evangélico de olho não só no dinheiro
que a atividade pode proporcionar, mas também no prestígio. Como
exemplo, a 'Forbes' lembra que recentemente o governo concedeu
passaportes diplomáticos a líderes evangélicos e que muitos são
cortejados por candidatos durante o período eleitoral.
"Como a Bíblia diz, fé move montanhas. E dinheiro também", conclui a reportagem.
Procurada, a Universal considerou preconceituoso o tom que o texto adota contra as igrejas evangélicas.
Por meio de nota, Malafaia também criticou a reportagem e disse que
entrará com medida judicial contra a revista. "Tudo o que tenho de
patrimônio pessoal e renda, estão declarados na Receita Federal",
afirmou. Ele nega que os milhões atribuídos a ele pela revista estejam
corretos e ainda diz que a reportagem é "safadeza". Os demais citados na
reportagem não retornaram ou não foram encontrados.
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