1 de set. de 2020

A CASA DO HORROR

O portão com os dizeres Arbeit Macht Frei (‘Trabalho traz liberdade’ ou ‘O Trabalho Liberta’) em letras de ferro fundido soa irônico a quem adentra o antigo campo de concentração de Auschwitz I, palco do horror da Segunda Guerra (1939-1945), quando cerca de 1,5 milhão de poloneses foram exterminados pelos nazistas. A liberdade nada mais era do que a morte, atroz, indigna. Um passeio pelos alojamentos, rodeados por guaritas e cercas de arame farpado, é deprimente, mas essencial para entender um dos episódios mais sombrios e repugnantes da história da humanidade. A câmara de gás, o crematório, o paredão, os pertences tirados dos prisioneiros, os trilhos do trem que os conduzia para a morte… Tudo continua ali, em Auschwitz e Birkenau, para reflexão dos visitantes.
Auschwitz é o nome alemão para a cidade polonesa de Oswiecim, a cerca de 70 quilômetros a oeste da Cracóvia. Seu atribulado passado inclui batalhas sangrentas entre as potências da Europa Central e a Rússia, com as sortes indo e vindo entre este último, a Prússia e o Império Austro-Húngaro. Quase que imediatamente após a invasão nazista de 1939 a cidade passou a abrigar um campo de prisioneiros, sendo aumentado diversas vezes. Quando as edificações originais em alvenaria já não suportavam o volume de pessoas para lá enviadas, foi construído o campo II – Auschwitz-Birkenau, onde foram montadas dezenas de galpões de madeira onde judeus, ciganos, homossexuais e todos os inimigos do regime eram amontoados em condições precárias. Ali, aguardariam seu fim em câmaras de gás, definhariam de fome e exaustão ou, de alguma forma, sobreviveriam para contar suas terríveis memórias. Eles vinham de toda a Europa ocupada, em trens que aqui descarregavam sua ‘carga’. 

Durante as visitas guiadas, preste atenção em histórias emocionantes, como a do frade Maximiliano Kolbe, que ofereceu sua vida para salvar a de um prisioneiro condenado, ou atrozes, como as experiências ‘científicas’ conduzidas em gêmeos. 

Listada como patrimônio da humanidade pela Unesco, Auschwitz certamente não é uma visita agradável, mas fundamental para que erros do passado não sejam repetidos.



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