19 de mar. de 2013

ÍNDIOS TERÃO ATÉ QUARTA-FEIRA PARA DESOCUPAR A ÁREA

Posted by Liberte Sua Mente on terça-feira, 19 Março, 2013


Por Maíra Rubim
RIO DE JANEIRO, RJ, 18 de março (Folhapress) - O defensor público da União Daniel Macedo entrou com um pedido na Justiça Federal para que seja revista a decisão que dá prazo até depois de amanhã para a desocupação do prédio do antigo Museu do Índio, no Maracanã, zona norte do Rio.
No fim da tarde da última sexta-feira os índios foram notificados de que teriam prazo de três dias úteis para desocupar o terreno que abrigou o museu de 1910 a 1977. O prazo termina no fim da tarde de quarta-feira.
Caso a decisão não seja revista, Macedo pede que o prazo para a desocupação seja ampliado para 15 dias.
"Pedi a extensão do prazo de desocupação para 15 dias para que o governo do Rio apresente uma proposta mais concreta", explica o defensor.
Na última semana, Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos propôs que os índios se mudassem para um local provisório. Caberia ao governo os custos da estadia, do transporte de bens e de alimentação. Para aqueles que preferissem, seria pago um aluguel social.
Da proposta fazia parte ainda a criação de um centro de referência dos povos indígenas e de um conselho estadual de direitos indígenas.
"O governo promete um centro de referência indígena, mas não informa o local onde ele será construído, o tamanho e quando isso vai acontecer. Também disseram que seriam disponibilizados 33 quartos para os índios no Hotel Santana, um abrigo que também recebe moradores de rua. O governo ainda diz que os índios terão direito a três refeições diárias neste local, mas índio não mora em hotel e não come quentinha", disse Macedo.
Desde a manhã, um carro da Polícia Militar faz plantão na entrada do terreno do antigo museu.
"Os policias chegaram por volta das nove horas. Ao meio dia, resolvemos fechar as portas para nos proteger já que os oficiais nos disseram que receberam ordens para permanecer aqui", conta o índio José Guajajara.
Os índios da Aldeia Maracanã começaram, hoje, uma vigília que conta com indígenas de outros estados e simpatizantes da cultura e da causa.
"Tenho frequentado o museu desde o dia 12 de janeiro. Acho que a luta deles é justa e digna. Eles moram aqui há 7 anos e o terreno faz parte da história do povo deles. Os índios são oprimidos até hoje, o que torna a luta desse povo mais urgente. É inacreditável o descaso do governo brasileiro com a questão indígena", fala André Basseres, professor.

Fonte - Diário de Guarapuava

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