28 de set. de 2015
Seres ambivalentes, carregamos luz e escuridão e às vezes uma ou outra tenta ocupar mais espaço.
Somos assim, seres ambivalentes, carregamos luz e escuridão e às vezes uma ou outra tenta ocupar mais espaço. Na verdade não existem fórmulas e por mais sadio e recomendável que tenhamos uma vida tranquila, uma alimentação equilibrada, bons relacionamentos, nada impede que ás vezes sejamos confrontados com áreas descobertas, sombras que carregamos sem saber, dificuldades a serem melhoradas, percepções para aguçar. Não se preocupe.
A felicidade traz pontuações de tristezas, não necessariamente por nenhuma inconsistência, mas como ferramenta de equilíbrio para a mente, que, entregue a um estado permanente de alegrias, se entorpeceria.
Nossa cultura, além de nos sobrecarregar, incute todos os dias a necessidade de “ser feliz”, ainda que a tal felicidade proposta seja tudo, menos consciência.
Ainda que todos queiramos ser felizes, ainda que estejamos caminhando para isso, ainda que minhas escolhas diárias mantenham essa intenção, ainda assim, como seres relativos que somos, temos a oportunidade de experimentar estágios de dores, de tristezas muitas vezes inexplicáveis, mas que apontam para um constante caminhar, ajustamentos interiores, reorganização de prioridades, inquietudes que podem doer, mas me tiram da zona de conforto e, se aceitas e não combatidas com mais angústias, produzirão um ser experiente, lúcido, sábio, pacificado e, finalmente, equilibrado. Feliz, apesar das tristezas.
Existem as tristezas causadas por componentes (ou a falta deles) químicos e nesse caso uma consulta médica ajuda, mas não é sobre essa que me refiro.
Falo sobre dores de seres sensíveis que existem em meio a contradição, que carregam ambivalências na interioridade, experimentando a finitude, ainda que a partir da perspectiva de uma consciência infinita, que aprendem com dores muitas vezes, mas sempre diante da oportunidade de escolher que significado darão ao que acontece, de crescer e aprender a amar. Nem sempre é fácil, mas talvez, se fosse tão fácil, não aprenderíamos jamais.
Flávio Siqueira
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