18 de jun. de 2015

Vivemos em uma 'Matrix' e teremos mundo paralelo até 2065, diz cientista da Nasa

Segundo Richard Terrile, o universo faz parte de um programa de computador controlado por humanoides do futuro

E se a realidade fosse uma simulação de computador criada por humanoides que estão no futuro? A ideia, similar à do filme "Matrix", de 1999, deixou de ser encarada como ficção científica e virou uma possibilidade real. Ao menos para Richard Terrile, diretor do centro de computação evolutiva e design automatizado do centro tecnológico da Nasa. Em conversa com o iG, ele diz que a evolução tecnológica está por trás dessa constatação e se propõe a criar outro mundo virtual em cerca de 50 anos.

Reprodução/Youtube
Richard Terrile durante entrevista para rede de televisão nos EUA (2010)

Richard Terrile durante entrevista para rede de televisão nos EUA (2010)
"Quando você vai ao cinema e assiste aos filmes por meio de simuladores de realidade virutal, por exemplo, acaba tentando se desvencilhar de objetos virtuais por achar que eles são reais. É isso que fazemos diariamente. E é um tipo de realidade completamente diferente que queremos oferecer no futuro", diz.
Para o cientista, que participou do projeto da sonda Voyager 2, responsável pela descobertas de várias luas de Saturno, Urano e Netuno em 1986, a espécie humana vive em um tipo de universo ainda mais super-realista do que o de jogos que permitem a exploração detalhada da rotina de personagens virtuais.
"Até que uma partícula seja observada, ela não apresenta um estado definido. Conforme 'passamos de fases', vamos descobrindo outras realidades", pondera.
Leia abaixo a entrevista completa com o físico:

iG: Baseado em qual evidência o senhor chegou à conclusão de que vivemos em uma realidade programada?
Richard Terrile: Vivemos em um universo com muitas propriedades matemáticas. E tudo o que produzimos para melhorar a nossa vida, para evoluir, tem base matemática. Inclusive os programas de computador. Quando você vai ao cinema e assiste aos filmes por meio de simuladores de realidade, por exemplo, sente o ar em seus cabelos e tenta se desvencilhar de objetos virtuais, por achar que eles são reais. Essa simples ação me levou a questionar: 'Por que um programa de computador super evoluído não faria a mesma coisa também com a realidade?'. O poder dos computadores é uma explicação. Já somos capazes de criar realidades digitais em videogames, nos filmes. E em não mais que meio século, a Nasa pretende oferecer essa realidade por tempo indeterminado.


iG: E como seria esse mundo virtual que a Nasa planeja oferecer?
Terrile: Do jeito que as pessoas quiserem. A nossa realidade foi programada por uma espécie humana mais evoluída do que a nossa. Mas também poderemos fazer isso com o tempo. A ideia da Nasa é criar uma alternativa, uma escolha para a humanidade. Oferecer a possibilidade de viver em um local com grama de cor cinza, talvez. Um céu com outro tom de azul. Um universo novo a ser explorado. Com um supercomputador, tudo vai ser possível.


O longa 'Matrix' foi um sucesso de bilheterias de todo o mundo em 1999. 

iG: O senhor promete essa nova realidade para daqui a aproximadamente 50 anos. Esse tempo não é pouco para uma evolução tão expressiva?
Terrile: Na verdade, não. Atualmente temos [na Nasa] computadores capazes de processar informações mais rápido que o cérebro humano. E se levarmos em conta a Lei de Moore [o poder de processamento dos computadores dobra a cada 18 meses], em uma década as máquinas processarão o equivalente a 80 anos de pensamentos produzidos por uma única pessoa em apenas um mês.

iG: Nesse tipo de programa será possível notar, no dia a dia, que estamos em um simulador digital?
Terrile: Não. Até porque estamos programados para acreditar nessa realidade. Nascemos e morremos nesse simulador, então, para nós, esta é a realidade. E por isso acredito que o programa foi criado por uma espécie de humanoides muito mais evoluídos do que a gente. Porque o sistema é muito complexo. Além do nosso dia a dia, do universo, eles [humanoides] criaram consciência, sentimentos, medos. Tudo o que somos e sabemos do mundo veio por meio de um programa de computador muito avançado.

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iG: Então nada do que sentimos ou pensamos é real?
Terrile: – É real para a gente [pausa]. Deixa eu explicar de outra maneira: quando pensamos em Deus, pensamos que ele criou tudo: o universo, as espécies de animais, nossos sentimentos. Os humanoides, nessa concepção, são Deus. Alguém que vive no futuro e criou esse mundo para observar, talvez. Se eu estivesse 50 anos à frente da humanidade, conseguiria criar esse mundo virtual. Como em um videogame.

iG – Em sua opinião, os humanos são a primeira espécie a ser observada por esses supostos humanoides?
Terrile: Provavelmente existem outras gerações e outros universos paralelos além do nosso. Acredito que existam múltiplos universos. Muitas pessoas juntas em outras simulações pelo espaço. E acredito que uma das chaves para entender esse sistema é realizar outras simulações.


http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/


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