Um trio de buracos misteriosos no norte da Sibéria gerou muitas teorias sobre a origem das crateras, mas os cientistas têm sugerido algumas explicações concretas.
Em meados de julho, pastores de renas se depararam com uma cratera que tinha aproximadamente 80 metros de largura, na Península de Yamal, cujo nome significa “fim do mundo”. Desde então, dois novos abismos – uma cratera de 15 m, no bairro de Taz e uma de 60 a 100 m na Península Taymyr – também, foram descobertas.
Cientistas explicam mistério de buracos gigantes da Sibéria
Nem alienígenas nem meteoritos formaram as cavidades estranhas, como alguns haviam especulado, mas a verdadeira explicação pode ser ainda emocionante, no entanto.
Um vídeo aéreo da primeira cratera mostra que ela é cercada por um monte de terra solta que parece ter sido jogada para fora do buraco.
“Minha opinião pessoal é que isso é algum tipo de dolina”, disse Vladimir Romanovsky, geofísico que estuda permafrost na Universidade do Alaska. Dolinas são covas no solo formadas quando a água deixa de escorrer.
“A água provavelmente veio do derretimento do permafrost ou gelo”, disse Romanovsky, que falou com os cientistas russos que investigam o local. “Mas enquanto a maioria dos buracos suga o material, este realmente o expele”, disse ele. “Não é nem mesmo algo conhecido na literatura [científica] que estamos lidando. É algo totalmente novo”, acrescentou.
Logo no início, o cientista polar Chris Fogwill, da Universidade de New South Wales, na Austrália, sugeriu que o primeiro buraco foi criado pelo colapso de um pingo, um grande monte de gelo coberto de terra que normalmente se forma em regiões árticas e subárticas.
Kenji Yoshikawa, um cientista ambiental, também da Universidade do Alaska, disse que também acha que o colapso de um pingo é a explicação mais provável para o buraco da Península de Yamal. No Alasca, pingos similares existem na Península de Seward e perto da cidade de Nuiqsut.
Mas Romanovsky disse que o buraco não se parece com o colapso de um pingo típico; tais características geralmente se formam a partir de montes maiores, que lentamente se formam em décadas.
A partir da foto da cratera de Yamal, “é óbvio que algum material foi ejetado do buraco”, disse Romanovsky.
A foto da borda da cratera mostra alguma vegetação que não parece recém-cultivada, o que sugere que o buraco pode ter vários anos, disse Yoshikawa. Romanovsky disse que poderia ser mais recente, mas os investigadores terão de olhar para imagens de arquivo de alta resolução por satélite, para determinar exatamente quando a cratera surgiu.
E muitas outras questões permanecem: se uma dolina irrompeu material, por que a borda do buraco é tão redonda? Haverá gás suficiente para alimentar uma erupção, e de onde esse gás vem?
Esta região da Sibéria contém campos de gás profundos, e também contém uma grande quantidade de pequenos lagos, que se formaram entre 4.000 e 10.000 anos atrás, quando o clima era mais quente, disse Romanovsky. Talvez estes buracos ímpares se formaram da mesma maneira que as dolinas, mas posteriormente se expandiram.
O desenvolvimento dessas crateras pode ser uma indicação do aquecimento global. “Se assim for, provavelmente vamos ver isso acontecer com mais frequência agora.” [LiveScience]
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