P: “Flavia Melissa, você fala muito em seguir o coração e não apenas a mente. Gostaria de saber como podemos identificar quando é a voz do coração e quando é a mente falando?”.
R: Esta sua pergunta é muito mais comum do que você pode imaginar. Então, para responder esta pergunta, antes vamos à definição do que é um, e do que é outro.
Acredito que todos nós, independentemente da religião ou crença, concordamos que a vida é uma grande escola e que nosso maior objetivo aqui é nos desenvolvermos e aprendermos. E para estarmos vivos, nesta realidade tridimensional, nós, que somos seres de pura luz e energia, precisamos de um corpo que nos permita experimentar tudo o que esta realidade nos oferece. O processo é longo, por vezes demorado, e muito complexo – o que faz com que nosso tempo por aqui seja extremamente valioso, uma vez que os 80 ou 90 anos que teremos em média de vida, se tudo der certo, seja bastante curto. Este corpinho é nosso passaporte para esta experiência, veículo de nossa alma imortal. Se ele parar de funcionar é game over, começa tudo do zero, motivo pelo qual a sobrevivência deste corpo é a coisa mais importante que existe. E, então, a Criação, em sua infinita sabedoria, dotou este corpinho lindo de um instrumento de navegação incrível, um verdadeiro software, que garante a sobrevivência do hardware: a mente física.
Se ainda fôssemos homens da caverna, a mente seria extremamente útil ao se ocupar com itens de fábrica nas questões da sobrevivência: procurar alimento, se proteger das intempéries do tempo, fugir de predadores naturais, guerrear com inimigos ameaçadores. Mas nós não vivemos mais em cavernas, e a mente, que não sabe fazer mais nada a não ser pensar e se proteger de todos os riscos, este software incrível continua rodando em nossos sistemas. E, como não sabe fazer mais nada, fica constantemente nos alertando de todos os perigos existentes – e mudança, correr riscos e sair da zona de conforto são interpretados como predadores naturais. São estas possibilidades que podem nos aniquilar. É como se ela pensasse, “você vem funcionando como vem funcionando e até hoje isso deu certo – você está vivo, não está? Então, para que agir diferente? Isso é um perigo – continue sendo quem sempre foi, não vá tentar algo diferente, não vá se arriscar!”.
Para ela, não importa a sua felicidade. Para ela, não importa o seu presente, contanto que você se mantenha respirando. Para ela, importa viver no tempo: passado e futuro. O que você fez de besteira no passado, como aprender com estes erros para não repeti-los no futuro e correr riscos de deixar de respirar. Para a mente não importa os desejos do seu coração – este também, outro software de navegação, mas que se orienta no presente. É ele quem te diz onde você está agora, e se isso é bom ou ruim. Enquanto a mente se preocupa com o tempo (ontem, amanha), o coração se ocupa da eternidade.
Na grande maioria das vezes, quando me perguntam o que é o coração e o que é a mente, eu respondo: “O que você quer?”. E a pessoa começa a dizer que não sabe, e que… E aí eu a interrompo e pergunto novamente: “O que você quer?”. E a pessoa continua dizendo que até acha que sabe, mas é que… E então, novamente: “O que você quer?”. E a pessoa, finalmente, responde o que quer. Não o que a mente diz que é seguro, ou lógico, ou de bom senso. Simplesmente o que ela quer. O que faz seu coração vibrar, por mais que seja ilógico, irracional e absurdamente perigoso. Seu coração sempre sabe o que quer, mas sua mente não permite que ele seja ouvido, porque é trabalho dela examinar absolutamente todas as possibilidades de todas as situações com as quais você se depara – pobre mente, ela não sabe fazer outra coisa! E seu coração: ele só sabe pulsar. Ele te diz o que quer, o tempo todo. Você só precisa silenciar sua mente, que vai ouvir sua voz.
Ou como diz o amado mestre OSHO, em seu Tarô Zen, na carta Esquizofrenia: “Deste impasse você não vai conseguir sair valendo-se de fórmulas, pesando os prós e os contras, ou tentando resolvê-lo de alguma outra forma com a sua mente. Melhor seguir o seu coração, se lhe for possível ter acesso a ele. Se não tiver, simplesmente salte — o seu coração começará a bater tão depressa que não haverá engano a respeito de onde ele está!”
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