6 de set. de 2016

TECNOLOGIA ESTÁ ACELERANDO NOSSA PERCEPÇÃO DO TEMPO, APONTA PESQUISA

Parece que a cada ano o tempo passa mais depressa. Chega o Carnaval e você pensa, “bom, agora o ano ‘começa’ de fato”. Pouco depois, você escuta alguém falar: “nossa, já estamos na metade do ano”.
Antes que perceba, já é Dia das Crianças e você vê alguém contando quantas semanas faltam para chegar o Natal. Claro que tudo não corre tão rápido como nesta introdução, mas, se pararmos para pensar, iremos lembrar que o tempo não costumava passar assim tão depressa.
Acontece que o passar do tempo não é apenas só um causador do envelhecimento. Em uma recente pesquisa, um psicólogo encontrou evidências de que o uso constante da tecnologia está fazendo com que nossos cérebros sejam mais eficientes no processamento de informações, e como resultado, isto está nos enganando a cerca da percepção do tempo, nos dando a impressão de que tudo está passando mais rápido do que de costume.
Segundo a Dr.ª Aoife McLoughlin da Universidade James Cook em Queensland, Austrália, a interação com sociedades tecnológicas e tecnocêntricas, aumentou algum tipo de “marcador de tempo” dentro de nós. Embora esse marcador possa nos ajudar a trabalhar mais depressa, ele também nos faz sentir mais pressionados.
Mesmo que o uso quase constante de tecnologias seja um fenômeno relativamente novo, a velocidade em que o tempo passa é algo que as pessoas vem reclamando há séculos. A Revolução Francesa é um claro exemplo disso, pois existem relatos de que pessoas daquela época, já se queixavam sobre o ritmo da vida moderna.
McLoughlin também encontrou evidências de que nossa percepção do tempo está ainda mais acelerada, graças aos smartphones, que nos permite estarmos conectados constantemente.
Em sua pesquisa, McLoughlin se focou especificamente em dois grupos de pessoas distintas – pessoas que vivem constantemente ligadas à tecnologia e pessoas que raramente fazem uso de tecnologia. O estudo comparou a forma como cada grupo percebe a passagem do tempo.
Ela descobriu que aqueles que estão sempre online em seus computadores ou smartphones, sentem que a quantidade de tempo passada é maior, se comparado com a quantidade sentida por aqueles que raramente utilizam algo tecnológico. Enquanto estas pessoas mais ligadas em tecnologia ficaram sentadas por 50 minutos em uma sala, a impressão que elas tiveram, foi que ficaram ali por cerca de uma hora. Essa diferença na percepção pode fazê-las se sentirem estressadas, porque pessoas conectadas são mais propensas a sentir o tempo passando do que pessoas desconectados.
E essa sensação não acontece apenas com pessoas que fazem uso constante de tecnologia – o estudo descobriu que mesmo, pessoas que leram apenas um texto usando um iPad, o tempo percebido parecia passar mais rapidamente do que para outras pessoas que tinham lido um trecho de um livro, sem usar algo tecnológico como interface.
É quase como se nós estivéssemos tentando emular a tecnologia, nós tornando mais rápidos e mais eficientes. Parece que existe algo na própria tecnologia que nos prepara a cada dia para aumentar esse “marcador” interno que mede a passagem do tempo.
Mas o uso desenfreado de tecnologia não é benéfico, dizem os pesquisadores, o ideal é ponderar o uso de tais tecnologias, pois assim, estaremos retardando esse “marcador” que nos fazem sentir o tempo voar.
“Eu sinto que isso poderia aumentar o nível de estresse, que tem sido associado a doenças cardíacas, entre outras coisas. A pressão alta também está, significativamente, relacionada com a angústia entre homens e mulheres que fazem uso constante de tecnologia. O que também está relacionada com o aumento dos níveis de depressão em mulheres que trabalham fora de casa”, conclui Aoife McLoughlin.
Mas antes de surtar e jogar seu smartphone pela janela (por roubar todo o precioso tempo que lhe resta), você precisa saber que os cientistas estão pesquisando mais a fundo essa questão, com o intuito de saber se este fenômeno pode causar efeitos positivos ou negativos sobre nossas vidas a longo prazo.
Já ou utra pesquisa mostrou que o uso de tecnologia pode nos ajudar a processar informações de forma mais eficiente e, realmente, tornar mais rápida a execução de muitas tarefas, o que poderia nos ajudar a economizar tempo a longo prazo. O lado positivo disso é que uma maior velocidade de processamento, pode ser vantajosa sob muitas circunstâncias.
A boa noticia é que o tempo não está realmente acelerado, apenas os nossos cérebros estão, o que nós dá essa impressão de agilidade. A má notícia é que estamos todos muito ocupados usando tecnologias para apreciar o tempo extra que nos resta.
http://acrediteounao.com/tecnologia-esta-acelerando-nossa-percepcao-do-tempo-aponta-pesquisa/

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