E-mail afirma que o governo está planejando uma enorme campanha de vacinação para promover um genocídio em massa! Será verdade?
Esse e-mail absurdo começou a circular em setembro de 2009 e, de maneira mais alarmista possível, tenta persuadir o leitor a não tomar a vacina contra a gripe H1N1 (ou a Gripe Suína!). Segundo o texto, a vacinação seria uma maneira de fazerem um “Genocídio em massa” com a população.
O texto é falso e é muito mais antigo do que se imagina! Versões dessa história já existem desde 1904! (é lógico que não havia internet naquela época!)
Resumindo do Wikipedia, em 1904, o sanitarista Oswaldo Cruz pediu ao Congresso Nacional para que aprovassem a Lei da Vacina Obrigatória, que permitia que brigadas sanitárias, acompanhadas por policiais, entrassem nas casas para aplicar a vacina à força… o boato de que a vacina teria de ser aplicada nas “partes íntimas” do corpo (as mulheres teriam que se despir diante dos vacinadores) agravou a ira da população, que se rebelou…Ao reassumir o controle da situação, o processo de vacinação foi reiniciado, tendo a varíola, em pouco tempo, sido erradicada da capital.
Como podemos ver, essa história de se criar uma certa resistencia às campanhas de vacinações não é de hoje…
Mas a vacina faz mal?
Em um brilhante texto postado em seu blog, o Doutor em Biologia – pela University of Cambridge – Carlos Hotta, mostra algumas razões para se tomar a vacina!
Segundo o Dr. Hotta, “Ao imunizar-se com a vacina H1N1, você não só evita ficar gripado mas também ajuda a proteger as pessoas que você conhece. Ao não tomar a vacina, você arrisca contaminar alguém sensível ao H1N1!”.
E ainda: Os efeitos colaterais existem, sim! Porém, as chances de ocorrerem são de um para um milhão, afirma o Dr. Carlos Hotta!
O biólogo e doutorando, Átila Iamarino – que já foi entrevistado por nós! – explica em seu blog, o Rainha Vermelha, que a vacina é segura e porque todos devem toma-la! Átila explica que as campanhas de vacinação devem ser direcionadas, pois a produção da vacina é demorada e não há como se fabricar para toda a população em tão pouco tempo.
O site da Organização Mundial de Saúde mostra os números que provam a eficácia e a segurança da vacina.
Mas, voltando ao texto que circula pela rede, logo na primeiras linhas temos:
“NÃO TOME A VACINA!
Recebi este e-mail de uma amiga. Estou repassando porque o assunto é muito sério, e a gente tem que ficar muito atento.“
Texto em LETRAS MAIÚSCULAS chamam, realmente, a atenção! Nada melhor do que começar um texto dessa forma, não é?
Digo mais: afirmar que recebeu o texto de uma amiga, sem citar o nome é, no mínimo, preocupante! A maioria dos boatos começa assim: “Aconteceu com o amigo de uma amiga minha!”, “Um primo de um amigo meu!”, etc.
Mais abaixo, no texto, o brilhante autor (ou autora) afirma:
“…principalmente, sobre NÃO tomar essa vacina assassina que estão querendo que seja compulsória acho que é Tamiflu…“
Tamiflu é, na verdade, um antiviral usado no tratamento da gripe H1N1 e não uma vacina. A confusão entre vacina e remédio acontece várias vezes ao longo do texto falso!
Logo adiante:
“…ela tem mercúrio e oleo de esqualeno, que são altamente tóxicos.“
Segundo o infectologista Renato Grinbaum, do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual, de São Paulo – em entrevista ao Portal G1 – O mercúrio usado na nova vacina seria o “etilmercúrio”, um conservante que mantém a vacina própria para uso depois que o frasco foi aberto, “É um mercúrio diferente, perfeitamente seguro”, afirmou.
Fato: Não há epidemia de autismo em crianças! Também não há nenhum estudo que comprovem a ligação entre o mercúrio e o suposto aumento nos casos de autismo.
Vale ressaltar que o etilmercúrio é utilizado em várias outras vacinas. Por exemplo:
– hepatite B;
– tríplice contra difteria, tétano e coqueluche;
– contra gripe comum;
– tríplice contra difteria, tétano e coqueluche;
– contra gripe comum;
E o tal “óleo de esqualeno”?
O “óleo de esqualeno”, é um bagulho natural, que é produzido por vários seres vivos (plantas, animais e até nós, os “home”!). O nosso fígado é o órgão responsável pela produção do esqualeno e pela distribuição no nosso corpo através da corrente sanguinea.
Como o autor do texto citou a Organização Mundial de Saúde, vamos citar também. Em seu site, a OMCafirma que , “O esqualeno é adicionado para melhorar a eficácia de diversas vacinas experimentais, como a da gripe pandêmica e a da malária, que estão em desenvolvimento”.
E ainda, desde 1997, a entidade já aplicou mais de 22 milhões de vacinas contra gripe contendo o tal esqualeno e, de acordo com a OMC, “Nenhum efeito colateral severo foi encontrado”, afirma.
A Revista Super Interessante, de fevereiro de 2001, trouxe uma matéria bem legal a respeito da evolução das vacinas. Leia uma cópia do texto aqui.
O Ministério da Saúde disponibilizou um site para esclarecer as dúvidas da população sobre a bendita gripe – o endereço é: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=1616.
Também é possível esclarecer suas duvidas Via telefone, atravéz do Disque Saúde: 0800 61 1997.
Também é possível esclarecer suas duvidas Via telefone, atravéz do Disque Saúde: 0800 61 1997.
Os sites citados no hoax existem, porém, pelo que podemos notar, tudo não passa de uma desculpa para se vender livros. Mas. cada um acredita no que quiser. Acreditamos que, com essa simples pesquisa, consigamos convencer aqueles que estavam indecisos sobre tomar ou não a vacina. Comentários são bem vindos!
Veja o calendário de vacinação aqui:
Fonte: Ministério da Saúde
Update: 06 de janeiro de 2010
O jornal A Folha de São Paulo publicou em seu formato online que o médico britânico Andrew Wakefield, que havia publicado um estudo que relacionava as vacinas com autismo, havia cometido uma “fraude elaborada”.
O jornal A Folha de São Paulo publicou em seu formato online que o médico britânico Andrew Wakefield, que havia publicado um estudo que relacionava as vacinas com autismo, havia cometido uma “fraude elaborada”.
De acordo com o “British Medical Journal” – afirma a Folha – o médico falsificou dados como, por exemplo, incluir informações de apenas 12 crianças em sua pesquisa, mas estudou pelo menos 13 e diversas delas já mostraram sintomas de autismo antes serem vacinadas.
Nesse editorial da BMJ, a editora Fiona Godlee explica toda a história.
Ou seja, vacinas não causam autismo!
Fonte: E-FARSAS
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