A noção de que atletas não devem ter relações sexuais antes de uma competição – já que supostamente isso poderia afetar negativamente o seu desempenho – é uma das superstições mais famosas no meio esportivo, mas esse mito acaba de ser totalmente desacreditado.
De acordo com um novo estudo, que analisou centenas de artigos publicados que abordam a relação entre sexo e esporte, não encontrou nenhuma pesquisa plausível que sugere que esportistas podem ter seu desempenho prejudicado, caso os mesmos tenham relações sexuais antes de uma competição.
Segundo a pesquisadora Laura Stefani, da Universidade de Florença, na Itália, abster-se de atividade sexual antes de uma competição atlética é um tema controverso no mundo do esporte. Não existe nenhuma evidência científica robusta que indique que atividade sexual tem efeito negativo sobre resultados atléticos.
Apesar da falta de evidências para explicar por que este mito persiste ainda hoje, existem alguns indícios de ele já era disseminado desde o inicio da Era Cristã.
A muito tempo atrás, durante o primeiro século D.C., um antigo médico grego chamado Areteu, escreveu que a força de um homem poderia ser reforçada com a retenção de seu esperma, e essa ideia, certamente, vem se mantendo até os dias de hoje.
Mesmo antes disso, o filósofo grego Platão, já havia argumentado contra ‘olimpistas’ que faziam sexo antes de competir em corridas.
Este mesmo pensamento ainda se mantém nos tempos modernos. Um exemplo claro disso, foi durante a Copa do Mundo de futebol, quando vários técnicos não queriam que seus jogadores mantivessem relações sexuais antes de entrarem em campo.
A cultura pop também vem mantendo esse mito vivo. No filme Rocky de 1976, por exemplo, o treinador do boxeador Rocky Balboa adverte seu protegido dizendo que “as mulheres enfraquecem as pernas”.
Com o intuito de verificar se havia alguma coisa na literatura científica que apoiasse essa ideia, a equipe de Stefani analisou mais de 500 artigos científicos publicados que continham alguma ligação entre esporte, sexo, desempenho atlético e abstinência.
Uma vez que a equipe filtrou todos os dados, restando somente as pesquisas que eram relevantes, eles ficaram com apenas nove estudos sobre o tema – já que não existe uma enorme quantidade de artigos que apoiam essa ideia, que vem sendo contada em torno de mais de 2 milênios.
Stefani afirma que eles descobriram que este assunto não tem sido bem investigado. Uma prova disso, é que eles encontraram apenas anedotas sobre o assunto, nada que deva ser levado como comprobatório.
De nove estudos relevantes, que foram publicados nos últimos 60 anos, os pesquisadores descobriram que nenhuma das pesquisas, sistematicamente, tinha abordado a questão de que o sexo afeta o desempenho esportivo.
Segundo os autores, não há nenhuma evidência de uma investigação metódica das possíveis diferenças que o sexo, ou sua intensidade podem trazer a quem pratica esportes logo após ter mantido uma relação sexual. Na maioria dos poucos casos identificados, os homens eram mais frequentemente investigados do que as mulheres.
Na verdade, se podemos tirar qualquer tipo de conclusão sobre pesquisa publicada, o consenso parece ser de que sexo antes de praticar esporte é mais positivo do que negativo, se tratando de desempenho.
Em geral, há um impacto positivo no desempenho do atleta quando ele tem relações sexuais na noite que antecede uma competição. Especialmente do ponto de vista psicológico, o sexo tem um efeito relaxante, que pode ajudar a aliviar o stress ocasionando pela competição ou concentração.
Ainda assim, os pesquisadores alertam que a natureza, um tanto dispersa, dos estudos até o momento sugere que não podemos tirar nenhuma, conclusão final sobre a relação entre sexo e performance esportiva.
Tudo o que podemos dizer é que não há nenhuma evidência clara de que sexo antes de esportes, diminui o rendimento de atletas, desde que os mesmos tenham uma boa noite de sono antes de competir.
Segundo os pesquisadores, a atividade sexual no esporte é pouco investigada, tanto em homens, quanto em mulheres. No entanto, os dados disponíveis, realmente, não apoiam esse equívoco de que atividade sexual pode produzir um efeito negativo no desempenho do atleta.
Ao contrario disso, um efeito positivo de desempenho pode ser notado, se a atividade sexual for realizada pelo menos 10 horas antes de uma competição esportiva.
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