30 de jun. de 2016

29 de jun. de 2016

O que é ILUMINISMO?

O ILUMINISMO
O Iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma condição, onde encontram-se incapazes de fazer uso da própria razão, independentemente de outrem.
Tenha coragem para fazer uso da própria razão!
Você sabe fazer uso da sua razão? É uma pessoa com uma mente iluminada? Assista até o final para entender bem a mensagem!

Enquanto você continuar sendo covarde ou incapaz de fazer uso da sua própria razão, para concluir as suas ideias, você ainda vai ser uma pessoa  nas trevas, uma pessoa que não tem uma mente iluminada, uma pessoa com senso de um milênio atrás.
Se você continua ignorando e fechando os olhos para todo e qualquer tipo de informação nova que surge pra você, que prefere viver no seu mundinho, onde só existe um livro na sua estante, você é uma pessoa que está estagnando a sociedade.
Se você continua idolatrando líderes e doutrinas religiosas, como se elas fossem divinas e superiores a tudo, cobertas de razão, você não é muito diferente das pessoas que viviam e eram exploradas na miséria na idade média.
Então eu te faço uma pergunta: É isso que você quer para a sociedade hoje?
Eleger líderes religiosos pra nossa política pelo simples fato deles serem líderes religiosos e juntar novamente a política com "espiritualidade".
Ignorar completamente a luta de milhares de pessoas por mais de 3 séculos que se passaram, uma luta que você tem o direito de usar a sua razão e expressar quando você quiser, e isso só você pode fazer.
Agora você decidi escolher se você quer se iluminar e caminhar pra frente junto com a humanidade ou você prefere se esconder nas trevas de sua mente e ser derrotado pelo passado....isso é ILUMINISMO! 

PRISIONEIROS VOLUNTÁRIOS


PRISIONEIROS VOLUNTÁRIOS
Eu penso que é importante compreender que a liberdade está no princípio e não no fim. Pensamos que a liberdade é algo a alcançar, que a libertação é um estado de espírito a obter gradualmente através do tempo, através de várias práticas; mas para mim, esta é uma abordagem totalmente errada. A liberdade não é para ser alcançada, a libertação não é uma coisa a obter. A liberdade, ou libertação, é um estado de espírito que é essencial à descoberta de qualquer verdade, de qualquer realidade; por conseguinte, ela não pode ser um ideal; ela tem de existir mesmo de início. Sem liberdade no princípio não podem existir momento de compreensão directa porque todo o pensamento está então limitado, condicionado. Se a sua mente estiver atada a qualquer conclusão, a qualquer experiência, a qualquer forma de conhecimento ou crença, ela não é livre; e uma mente assim não pode perceber o que é a verdade.”
(Jiddu Krishnamurti)
Assim há que começar, assim há que partir à descoberta da vida. Com a liberdade, intacta e imaculada, como única bagagem.
Mas são poucos os que assim modestamente ataviados põem pés a caminho pela vida fora. Os outros, os muitos, esses enchem-se de bagagem. Malas e maletas, sacos e sacas, até baús que trazem a reboque de um passado que nem sequer é deles.
Desde tenra idade que os enchem de bagagem. “Ouviste rapaz? O meu clube é o maior! Tens de ser do meu clube!” repete o pai entusiasticamente quase até à exaustão. “Meu filho, já disseste as tuas orações? Olha que nosso senhor castiga-te!” admoesta a mãe a um ritmo diário.
À medida que o tempo decorre, a liberdade vai sendo mutilada de diversas maneiras. “Grande vitória, a do nosso partido, hein pá?! Temos que lutar pela liberdade!” exclama o pai enquanto dá ao rapaz uma orgulhosa palmada nas costas. “Sabes filha, tens de ter estatuto social se queres que te respeitem!” aconselha ciosamente a mãe.
Entre conselhos e deveres, entre tradições e obrigações, entre crenças e dogmas, entre patriotismos e idolatrias, o indivíduo consente placidamente em que lhe encham malas e baús. E quanto mais bagagem lhe acrescentam, mais liberdade lhe retiram. A vida transforma-se-lhe num contínuo e ensurdecedor ruído exterior, num movimento dirigido e condicionado, num incessante emalar de conceitos, preconceitos, ideias e ideologias prontos a consumir, nunca tocados pelo questionamento, nunca abordados pela dúvida, nunca explorados sob ângulos distintos. Arrasta-se o indivíduo penosamente pela vida fora, vergado pelo peso da bagagem, e em vão procurando por entre a tralha acumulada, que sempre lhe serviu de prisão, a liberdade que um dia possuiu sem se dar conta.
Milhões de indivíduos procuram fora o que dentro de si truncaram.
Mas alguns, muito poucos, tendo-se apercebido da inigualável importância da liberdade, pegaram nela quando ainda quase intacta, e lançando fora as poucas tralhas que todavia carregavam, com ela pavimentaram o caminho da sua vida.
Enquanto ao homem de excessiva bagagem, a cada passo que dá, parece afunilar-se-lhe o caminho, ao homem imbuído de liberdade, perde-se-lhe a vista, qual vertigem, num horizonte infinito e sempre mais amplo.


28 de jun. de 2016

COMO O HOMEM CHEGOU A LUA? GUERRA FRIA


Como o homem pisou na lua? Descubra como isso foi possível ao decorrer de 20 anos! Veja um pouco sobre a guerra fria e porque ela foi essencial para a conquista da lua. Estados Unidos VS União Soviética, uma das maiores corridas que já tivemos. 

MATÉRIA COMPLETA - CLIQUE NO LINK ABAIXO: 
Como o homem chegou na Lua? Guerra Fria
 

27 de jun. de 2016

UM SÁBIO CHAMADO TEMPO

Era uma vez um sábio chamado Tempo. Tempo era tão culto e erudito que, nos quatro cantos do mundo, era conhecido como o Senhor da Razão. Tempo não falhava. E também não faltava. Não falhava porque, mais dia, menos dia, as coisas confiadas a ele sempre acabavam por acontecer. E não faltava porque nunca se recusou a estar à disposição das coisas e das pessoas. Entretanto, apesar de sua notável perfeição e sapiência, Tempo nunca foi um ente muito bem compreendido e parte disso sempre se deveu à dificuldade de aceitar que, contra ele, não existem argumentos ou ações. Tempo é soberano e é praticamente intransponível.
Em um certo sentido, Tempo tem sido acusado de ser cruel e implacável. Através de seus olhos, é possível observar-se a beleza, a saúde e a vida se esvaindo até seu completo desaparecimento. E não há ninguém, nem ciência e nem religião, capaz de deter esta força. Questionado sobre tais angústias humanas, Tempo tem se limitado a responder que as coisas simplesmente são assim. E são assim porque nada no mundo é estático e porque o fluxo da vida segue em uma direção de mão única. Cada célula dos nossos corpos encontra-se em processo de envelhecimento desde ao menos o dia do nosso nascimento. E, se é assustador pensar assim, serve de alento o fato de que esta é uma verdade fisiológica universal, comum a todos os seres vivos.
Tempo tem explicado que, na vida, as coisas tem um começo, um meio e um fim e que acontecem como têm que acontecer, por razões muito intrincadas e complexas relacionadas com esta enorme teia de interações que rege o universo. Sendo assim, por mais que alguém se esforce, é impossível apreendê-las e retê-las.
Mas Tempo tem também um lado muito benevolente. É por meio de sua ação que a maior parte do sofrimento humano transforma-se em mera lembrança e é pela graça de suas mãos que uma enorme gama de problemas acaba se resolvendo de uma forma bastante natural e quase milagrosa. Tempo é curativo, eficiente e aliviador. Basta ter paciência, o que, entretanto, não parece ser muito fácil.
Em meio a dores e inquietações, o homem tem pressa em entender o que com ele se passa. Quer saber porque algo aconteceu ou deixou de acontecer, principalmente quando o resultado esperado não é atingido. Quer saber porque caiu, perdeu, fracassou, faliu, foi traído, foi trocado, foi ofendido, foi magoado, foi agredido, foi desrespeitado. Ingenuamente, procura conselhos e respostas imediatas. Ele ignora que a compreensão exata dos acontecimentos depende do Tempo. Após repetidas experiências, deveria ter a humildade de aceitar este postulado universal e simplesmente saber esperar.
Tempo também foi indagado sobre estas questões e sobre o funcionamento deste mecanismo. Ele ilustrou da seguinte maneira: “Imagine que você estivesse observando um enorme tabuleiro. Você concorda que seria possível, ao observador, explicar e prever as interações, os encontros e as quedas de cada um dos pequenos seres que caminham sobre a superfície? Ter esta visão é como conhecer o passado, o presente e o futuro”.
Nós, seres humanos mortais, não possuímos este dom, pois fazemos parte deste tabuleiro. Nossa visão é muito parcial e limitada e não conseguimos olhar em todas as direções com o alcance necessário. Somos tão minúsculos em meio a aquela teia que nunca chegaremos a compreender todas as causas, consequências e condições.
Há, porém, a possibilidade de algumas respostas. Aguardando o necessário, poderemos olhar para trás e então, já com um certo distanciamento, conseguiremos ver com alguma clareza os caminhos percorridos até um determinado resultado. Esta é a bondade do Tempo. Se ele não nos confere a dádiva de antever o futuro, ao menos nos concede meios de compreender o passado e, consequentemente, o presente.
Se hoje você tem questões não respondidas, aguarde mais um pouco. Seja gentil com você mesma e com o Tempo. Não se agrida, não se torture, não se esgote. As respostas possíveis virão quando você tiver caminhado mais além e quando houver subido a montanha que lhe fará enxergar melhor os rastros da sua existência. E quando você tiver alcançado o topo de sua fé e da sua alegria, o Tempo, em sua ação que nunca falha, trará a cura e erguerá, com suas asas, o véu de muitos mistérios.
(Texto originariamente publicado em 21/05/12. Foto: Walldevil)



A Verdade está para todos mas não para qualquer um

O autoconhecimento é verdade fundamental, porém é o mesmo altamente um ato processual e gradativa.
Não existe mágica, uma fórmula ou receita pronta e instantânea para que você possa ser e viver conscientemente livre dentro da real realidade, indo de encontro com seus paradigmas e crenças que as vezes nos anestesiamos a nossa própria vida condicionada sistematicamente, mediante um devastador grau de condicionamentos mental e psicológica, que faz com que o indivíduo viver uma história sem propriedade e medíocre, com medo do desconhecido.
Os sintomas são sinais dos efeitos de uma causa sendo denunciada de que você precisa de uma profunda reparação, de ser inteligentemente sincero e honesto contigo mesmo, sem hipocrisia de achar e acreditar que você é o que pensa que é, quando na verdade apenas está mentindo para si mesmo.
É notório de que quando alguém não adentra em seu próprio universo (interior), fica claro o grau de desespero e pânico a se ter um amigo imaginário, "mestre", gurus, guias ou qualquer líder dito espiritual, para que ela possa sair ou camuflar a sua crise existencial mal compreendida, passando todas as suas responsabilidades pessoais e particulares a pessoas que só querem conduzir e manter você para fora de si, ou seja, com efeito, se distanciando ainda mais de si mesmo, para se apoiar e se apegar em coisas sem fundamento e sem sentido algum. Onde o jardim da infância se torna um lugar de retardatários dependentes viciados numa verdade conveniente, contrariando a própria realidade da vida.
O escapismo é uma forma covarde de si mesmo para manter uma relação de imagem débil do auto-engano.

Obs.: Analisar tudo e reter o que é bom! 


- Renato Brito





A padronização impede a manifestação da liberdade


Pergunta: os grandes Instrutores do Passado estabeleceram regras de conduta, sistemas de ética. Existe um padrão eterno de ética e é a reta conduta o mesmo que a verdadeira criação? É ela uma expressão da Verdade, como a arte é uma expressão da beleza?

Krishnamurti: “Os grandes Instrutores do passado deram regras de conduta, sistema de ética...” Duvido. São geralmente os discípulos, que estabelecem o sistema, estatuem as regras de conduta. Esta é a minha opinião. Provavelmente, podeis discutir isto historicamente e refutá-lo, porém isso não me convencerá, porque os Instrutores realmente grandes não estabelecem leis; eles querem libertar os homens, e não podeis libertar-vos por sistemas de ética ou lei de conduta. É material puramente individual.

“Existe padrão de ética eterno, e é a reta conduta o mesmo que verdadeira criação?” Existe um padrão eterno para o homem que atingiu, e, no entanto não existe para ele padrão de ética, pois que é livre. Espero que entendais o que quero dizer. É de certo modo difícil explicar isto. Um padrão eterno em assuntos de ética não pode, em último turno, existir. Estes padrões são inventados pelo homem para a reta conduta do seu próximo, e nunca para ele mesmo. Não podeis dizer que existe um padrão eterno de ética, porque um padrão é uma medida pela qual se julga, pela qual se pode comparar. Quando houverdes atingido essa liberdade que é Verdade, sereis todas as coisas e toda coisa concebível estará em vós, pois que a Libertação é Vida, é a semente de toda a coisa. Para tal homem não existe padrão. Por favor, não me desentendais. Isto não quer dizer que possais fazer exatamente o que voz apraz. Não o podeis. O homem que luta para atingir o eterno deve ter um padrão pelo qual possa medir, e este padrão é compreensão do eterno, porém ninguém pode estabelecer uma lei para ele.

“E é a conduta reta o mesmo que a verdadeira criação?” De certo modo é, de outro não. Verdadeira criação é o momento de equilíbrio ao qual chegais por meio da harmonia entre a razão e o amor. Eu sustento que esta harmonia, é verdadeira criação. Precisais chegar a essa harmonia que é equilíbrio por meio da reta conduta, que é auto-disciplina, imposta por vós mesmo à luz do eterno; não a disciplina imposta por outrem por meio do medo, nem pela esperança de salvação, porém a auto-disciplina imposta por meio do entendimento, do preenchimento da vida.

Explicarei isto mediante símile e verificareis o que eu quero dizer: Quando uma águia pousa em um ramo, pronta a voar, quando está plena, ansiosa, plácida, incondicionada e estática, este momento em que a águia está prestes a voar, é verdadeira criação. Quer voe para a montanha ou desça até o vale, é coisa que não importa. Porém, para chegar a este equilíbrio, a águia adestrou-se a si mesma. Este adestramento é a reta conduta, essa reta conduta é auto-disciplina imposta por vós próprios, pelo fato de haverdes entendido o verdadeiro propósito da vida.

“É a conduta reta uma expressão da Verdade como a arte é uma expressão de beleza?” É. A verdadeira criação, é a expressão da Verdade, pois que a verdadeira criação é harmonia perfeita, que não pode ser perturbada, que é serena, plácida, forte e segura. Este equilíbrio é Verdade. Essa Vida que foi atingida por intermédio da perfeição e a incorruptibilidade do eu, é Verdade. Portanto, é a expressão da Verdade, como a arte é a expressão da beleza.

Krishnamurti, 5 de agosto de 1929, Acampamento de Ommen


26 de jun. de 2016

Na Vida não há misticismo nem ocultismo


Pergunta: Que lugar deve ser dado ao ocultismo? Não como um caminho para a salvação espiritual, porém como ciência pura, baseada na experiência e na pesquisa comparativa?

Krishnamurti: Seu lugar normal. É isto muito simples, não é? Não dividais a Vida nisto ou naquilo. Na Vida não há misticismo nem ocultismo. Para o homem que está verdadeiramente liberto, tudo isso são divisões de muito pouca importância. Digo-vos que estou falando acerca de algo completamente diferente de todas essas coisas. Estou falando acerca daquilo que todas as coisas dependem, e da qual todas as transformações surgem, e vós quereis jogar com as palavras, com as coisas que estão na sombra.

Krishnamurti, 5 de agosto de 1929, Acampamento de Ommen



24 de jun. de 2016

Se eu pudesse traduzir os sons do universo, imagem, cada movimento.....

Se eu pudesse traduzir todos os sons do universo, cada imagem, cada movimento e aplicasse um sistema de pensamento que desvendasse tudo o que nem a ciência imagina, se eu fosse capaz de aprofundar consideravelmente todos os enigmas da filosofia e os mistérios da teologia, ainda assim serviria para pouco.
Dentro de cada humano existe uma dimensão que jamais será acessada pelos caminhos do ego ou por qualquer ferramenta mental. É a dimensão do incognoscível, que não se impõe, mas observa.

Cada movimento da vida deve nos levar para essa dimensão e cada experiência contribui para que aprendamos a descansar nela, onde tudo é claro, tudo é paz, tudo é.
Para que os loucos confundam os sábios, para que não haja maiores ou menores, para que sejamos humanos.


22 de jun. de 2016

A Verdade oferece a Verdade e não consolos

UMA vez mais, que confortadores são os vários consolos que se referem à morte e à sua angústia implícita! O céu – não por completo sem inferno -, a reencarnação, o espiritismo: poder-se acreditar seja em que teoria for que mais nos conforte.

Não existe lugar para nenhuma destas ilusões confortadoras nos ensinos de Krishnamurti. Ele fala de uma coisa única, de uma só – a busca da Verdade; e a “Verdade não oferece consolos”. Assim, pois, o primeiro passo ao longo deste caminho é o nos despojarmos das ilusões.

É o que Krishnamurti nos propele a fazer em todas as suas palestras; pois que mais do que isso significa a análise critica de nossos pensamentos, emoções e ações? E não é fácil, especialmente a uma geração por tal maneira envolta em ilusões como a nossa o tem sido, o tornar-se rude ao rasgar os envoltórios da alma. Produz feridas o abandonar crenças que nos tem suavizado e confortado, mesmo que se haja reconhecido sua vacuidade.

É duro como nada mais o é, estar-se internamente ativo e externamente ocioso, quando toda a nossa vida temos estado a fazer o inverso do que devêramos.

Quando se fica nu, tiritando em um cimo árido da montanha, é difícil não olhar por vezes para trás, para os vales verdejantes e macios que estão lá em baixo. É em momentos tais que volvemos sobre Krishnamurti a nossa ânsia quase desesperada para que ele reconheça as nossas dificuldades e resolva pelo menos um de nossos problemas de maneira a que nos proporcione paz. E sua resposta é: “A Verdade não traz consolos e eu falo somente da Verdade”.

Vem-me à memória um símile que pode servir para mostrar a situação tal como a vejo: quando outro dia o Professor Picard e seu companheiro subiram dez milhas em balão, passaram para além das nuvens, para o claro espaço azul.

Se então os houvessem inquirido acerca dos problemas que nos preocupam do lado de cá das nuvens, que resposta útil nos poderiam eles dar? Para eles, então nada mais existia que o céu azul sem nuvens.

Assim, pois, quando vamos a Krishnamurti e lhe perguntamos como poderemos solver nossos problemas humanos, como havemos de defrontar-nos com o amor e o ódio, com a fome e a saciedade, com a morte e o além, responde-nos ele: “realizai a Verdade, libertando-vos da consciência-do-ego e verificareis que todos esses problemas terão cessado de existir”.

Podemos viajar a qualquer distância sobre o solo, em sentido horizontal e continuaremos a estar ainda na região do sol e da sombra, alternando-se, na região das nuvens e dos céus límpidos. Se, porém, mudarmos nossa direção e passarmos através as nuvens, verticalmente, chegaremos ao azul eterno do espaço.

Krishnamurti não nega a existência de nossos problemas, nega, porém, o valor das soluções por nós propostas, pois que elas apenas perpetuam a causa que conduz a todo o sofrimento.

Muitas pessoas hão sido perturbadas e se têm sentido angustiadas pelo repúdio aparente de Krishnamurti no que se refere ao fato da reencarnação, e ainda pelos seus últimos enunciados a respeito.

Em parte alguma disse ele que a reencarnação é coisa que não exista, porém insiste em afirmar que a reencarnação nada mais sendo que o prolongamento do ego através do tempo, não pode, de forma alguma, curar-nos das tristezas que se originam da existência dessa individualidade separada a que denominamos ego. Continuidade alguma através do tempo e do espaço pode conduzir o homem a essa Verdade que é integridade (completeness) para além do tempo e do espaço.

Portanto, o conforto que desejamos encontrar mediante a ideia da reencarnação é puramente ilusório.

Krishnamurti nos diz que “tudo isto é tão simples” – e como tal deve apresentar-se ao homem que encontrou a Verdade. Não pode, porém, ser tão simples ou fácil, para o homem que se encontra emaranhado nas complexidades, o libertar-se de tais embaraços. Uma geração que tem sido encaminhada pela autoridade, consolada pelas ilusões, tecida pelos temores, não acha simples ou fácil permanecer solitária sobre um cimo de montanha fazendo face aos ilimitados espaços da Verdade, isolada e intrépida.

À medida que pusermos à prova nossa força, nossos temores se desvanecerão e nossa coragem surgirá e abençoaremos, então, a mão que nos desemaranhou das ilusões, mesmo que o processo haja sido penoso.

À medida que os nossos temores se esvaecem, nosso anseio pelo conforto desaparecerá também. Se quisermos consolos, eles abundam nas várias religiões e filosofias do mundo; se pretendermos a Verdade, lancemos fora o anseio de conforto, pois que “a Verdade não oferece consolos”

Mary Lutiens


21 de jun. de 2016

Inspiração ou Oportunidade?

Se você escreve há algum tempo, provavelmente já ouviu a pergunta “Mas de onde você tira inspiração?
A resposta é bem simples e na maior parte das vezes não é o que o outro quer ouvir: você não a tira de lugar nenhum. Ela vem. E às vezes não vem. E às vezes é algo além de inspiração que te faz trabalhar.
Para algumas pessoas, inspiração é como amor e quanto mais você força, menos você produz. O problema de vê-la sob essa ótica é que ela pode levar o autor a ficar sentado esperando. “Hoje não tive ideias para escrever, logo não escrevo”. Esperar o amor cair de paraquedas na sua vida pode não ser tão produtivo quanto ir a um barzinho e puxar conversa com um punhado de desconhecidos, por exemplo.

Acho que é mais interessante visualizar a inspiração como oportunidade. Ela vai aparecer. Você não sabe onde, quando ou como. Mas quando ela aparecer, é bom que você esteja pronto para agarrá-la. Picasso dizia que “a inspiração existe, mas ela precisa te encontrar trabalhando”.

É por isso que, na minha opinião, inspiração tem mais a ver com preparação que com sorte.  Montar os arredores de sua história, um roteiro, um percurso… pode ser tão importante quando esperar sua Musa dar as caras. Isso porque, quando ela não aparecer, você pode ir aparando arestas, desenvolvendo alguns detalhes. E quando ela aparecer, você avança o máximo possível.
Ficar sentado esperando ela surgir te faz correr o sério risco de estar sem caneta, papel ou computador, justo no momento que ela resolver te visitar.

http://leitorcabuloso.com.br/2015/09/coluna-inspiracao-e-uma-mentira/


18 de jun. de 2016

A vida exige enorme coragem.


A vida exige enorme coragem. 

Os covardes apenas existem, eles não vivem, porque toda a vida deles é orientada pelo medo. Eles vivem em um tipo de paranóia, el
es têm medo de tudo e não apenas de coisas reais, eles temem coisas irreais também – medo do inferno, medo de fantasmas. 
Eles estão sendo influenciado por seu próprio condicionamento inconsciente.
A vida consiste em explorar, entrar no desconhecido, alcançar as estrelas. Não sacrifique sua vida por pequenas coisas, nada disso tem valor. Cada um deve viver sua vida tão totalmente quanto possível.
Aqueles que realmente desejam viver, tem que correr muitos riscos, tem que se mover sempre no desconhecido e aprender uma das lições mais fundamentais da vida: que a vida é uma peregrinação – sem começo, sem fim. A vida é um movimento constante, nunca chega a qualquer fim. A morte tem um começo e um fim, mas você não é morte – você é vida.  (Osho)



17 de jun. de 2016

O que é sanidade? E insanidade?

O que é sanidade? E insanidade? Quem é lúcido e quem é louco? Seriam os políticos lúcidos? E os religiosos, seriam eles insanos? E os que estão comprometidos com ideologias, seriam eles lúcidos? Somos controlados, moldados e conduzidos por pessoas nessas posições e será que somos lúcidos e sadios? 

E o que é sanidade? Ser inteiro, sem fragmentação na ação, na vida e em todos os relacionamentos - essa é a própria essência da sanidade. Sanidade significa ser íntegro, saudável e sagrado. Ser insano, neurótico, psicótico, desequilibrado, esquizofrênico, não importa o termo que se queira usar, é ser fragmentado e disperso na ação e no movimento de se relacionar com a própria existência. Cultivar antagonismo e divisões, que são os objetos de troca dos políticos que representam os cidadãos, é cultivar e sustentar a insanidade por intermédio dos ditadores ou dos que assumem o poder em nome da paz ou de alguma ideologia. E o sacerdote: olhemos para o mundo do sacerdócio. O sacerdote se interpõe entre você e aquilo que ele e você consideram como sendo a verdade, a salvação, Deus, o céu, o inferno. Ele é o intérprete e o representante disso tudo; carrega consigo as chaves do céu; condiciona o ser humano por intermédio da crença, do dogma e do ritual; ele é o verdadeiro propagandista. E ele consegue condicioná-lo, porque você quer o conforto, a segurança e morre de medo do amanhã. E os artistas, os intelectuais, os cientistas tão admirados e bajulados - seriam eles lúcidos e sadios? Ou será que vivem em dois mundos diferentes - o mundo das ideias e o da imaginação com suas expressões compulsivas, totalmente separados da sua vida diária de prazer e dor? 

O mundo que o circunda é fragmentado e sua expressão é o conflito, a confusão e a miséria: você é o mundo e o mundo é você. Sanidade é vida vivida na ação sem conflito. Ação e ideia são coisas contraditórias. O ato de ver já é o fazer e não a ideia de primeiro pensar em algo para depois programar a ação a partir de uma conclusão. Isso gera conflito. O analisador é o analisado. Quando o analisador se separa e se considera algo diferente do que está sendo analisado, ele cria o conflito que produz o desequilíbrio. O observador é o observado e nisso reside a sanidade e a totalidade sagrada que é o amor.

Krishnamurti em, Apontamentos de Krishnamurti


15 de jun. de 2016

Não faça da vida um lento suicídio

Pare de cumprir as expectativas dos outros, porque essa é a maneira de você cometer suicídio. Você não está aqui para satisfazer as expectativas de ninguém e ninguém está aqui para satisfazer suas expectativas. Nunca torne-se uma vítima das expectativas dos outros e não faça qualquer um vítima das suas expectativas.

Isto é o que eu chamo de individualidade. Respeite sua própria individualidade e respeite a individualidade dos outros. Nunca interfira na vida de ninguém e não permita que ninguém interfira na sua vida. Só então um dia você vai crescer em espiritualidade.

Caso contrário, noventa e nove por cento das pessoas simplesmente cometem suicídio. Toda a sua vida nada mais é que um suicídio lento. Cumprindo essa expectativa, aquela expectativa... um dia era o pai, outro dia era a mãe, um dia era a esposa, marido, em seguida vêm as crianças – elas também tem expectativas. Então a sociedade, o padre, o político. Todo mundo tem expectativas. E pobre de você, apenas um pobre ser humano – e o mundo inteiro esperando por você para fazer isso e aquilo. E você não pode satisfazer todas as expectativas, porque elas são contraditórias.

Você tem tentado loucamente cumprir as expectativas de todos e você não satisfez ninguém. Ninguém está feliz. Você está perdido e ninguém está feliz. As pessoas que não estão felizes com elas mesmas, não podem ser felizes. Tudo o que você fizer, elas vão encontrar maneiras de estar infeliz com você, porque elas não podem ser felizes.

A felicidade é uma arte que tem que ser aprendida. Não tem nada a ver com o seu fazer ou não fazer. Em vez de agradar, aprenda a arte da felicidade. (Osho)


14 de jun. de 2016

REFLEXÃO: EXISTE UMA DIFERENÇA DE 'TERRA' E 'MUNDO'


EXISTE UMA DIFERENÇA DE 'TERRA' E 'MUNDO'

A Terra é onde vivemos, o planeta azul que gira em torno do sol.
O Mundo é o que criamos a partir do nosso olhar, a nossa cultura.
O seu mundo só existe em você, e se projeta em tudo que vê.
Só é possível discernir o mundo a partir de você.
Por isso cada leitura da vida, é uma confissão, não há outro jeito. 
E o que isso quer dizer?!
Se você se sente fora de casa, e se esse mundo não se parece com nada com aquilo que existe aí dentro, e a sensação é de constante desconforto, saiba, ainda que não possamos eliminar esse sentimento por completo, temos uma escolha, e essa escolha permite que mesmo que as coisas esteja como estão, que você seja como é, você as interprete, a partir de um novo olhar. Isso muda absolutamente tudo. Esse olhar sabe como o mundo é, mas reconhece a necessidade de temperá-lo com que você faz de melhor; seja uma palavra, uma ajuda, sorriso, um primeira passo para reconciliação, um pequeno movimento que ajude as pessoas a despertar.

Você muda o mundo quando o seu mundo que é você, muda. É aí que as coisas acontecem de verdade. Ainda que lá fora seja uma loucura, e tudo pareça uma completa insanidade, ainda que atiradores matem pessoas por conta de orientação sexual, ainda que o mundo seja como é, entenda!!!
O bom olhar que projeta o equilíbrio no caos, e permite que nós os forasteiros façamos alguma diferença aqui. 

O desafio é o equilíbrio entre o sentimento de não pertencer a esse mundo com a necessidade de conviver com ele, suas contradições e necessidades. Até chegar o dia em que você definitivamente entenda, que aquilo que somos por dentro irradia a nossa volta e reproduz na existência o que nos habita, seja para o bem ou para o mal.
Os acontecimentos vem e vão na medida que precisamos nos enxergar, e entender e amadurecer. 
Brigar com eles só vai nos distanciar dessa condição.   



12 de jun. de 2016

RELAÇÕES RETROALIMENTATIVAS


RELAÇÕES RETROALIMENTATIVAS

O AMOR NUNCA ESTEVE NA POSSE, MAS NA LIBERDADE MÚTUA.
SOMOS TODOS 'ÁGUIAS' E NÃO 'PASSARINHOS' SEMPRE SUJEITOS A GAIOLA.

Muitas mulheres acham que quando homem vem com a ideia de "compromisso" é porque de fato sabem o que querem e suprirá as suas fantasiosas expectativas .....e que homem assim, é bem raro se encontrar, porque a maioria só querem "ficar" ou só sexo.....rsrs....não confunda sexo com amor, e nem que amor é sinônimo de "compromisso sério"
A maioria das vezes que o homem vem com essa ideia de "compromisso sério" com você mulher, entenda sempre o real significado e intenção desse homem do que ele quer mesmo de fato com você, não pela promessa do compromisso, mas pelo que ele é, e se a real intenção é mesmo de amor e liberdade com você, e isso é totalmente primordial para uma boa relação em respeito mútua da liberdade individual de cada um!
Porque se o "compromisso sério" é pra você um modelo absoluto e totalmente confiável, porque o compromisso sério é o oposto do "ficar" ou qualquer coisa semelhante a isso, então se prepare para o inferno que o político acabou de prometer pra você.
A ideia de "compromisso sério' é mais uma tática de pura apelo do ego em busca de segurança e insanas satisfações, impondo um fardo que ambos jamais irão suportar no decorrer dos tempos, sendo que esses tipos de crenças não se sustenta dentro de uma realidade no que isso representa em si mesmo.

Isso é infelizmente o calcanhar de Aquilies para a maioria das mulheres.

Até mesmo porque um homem realmente livre e que se ama, não precisa prometer nada e nem muito menos um "amor" regrado e mesquinho do tal "compromisso sério".

Um homem realmente livre e que se ama, ele apenas vai dar essencialmente a única coisa que ele tem e pode dar a uma mulher em abundância: O AMOR REAL E AMPLO A SUA AMADA EM TOTAL LIBERDADE E RESPEITO.

Nada é estático, tudo está em constante movimento, e assim também é para com o amor, está o mesmo sempre e perpétuo movimento. 


Uma dica: Não deixe que a fantasia do "compromisso sério", seja a sua fraqueza ou que isso é tudo que você espera de um homem, porque isso não existe, seria como uma cartilha de regras ou dogmas, fazendo da relação um ato inteiramente religioso e sem sentido algum.

Um amor baseado em regras e compromissos, esse mesmo amor não é digno de relevância alguma.
Se o homem é de fato consciencialmente livre e que aprendeu a amar a si mesmo, automaticamente ele será livre com você e você com ele em total amor e liberdade. Nesse caso com certeza ele realmente TE AMA, porque ele não violará a sua própria livre natureza de ser e viver.
Porque você não nasceu para homem nenhum e nem que existe homem que nasceu pra você.

A mulher tem que ser independente em tudo, principalmente de homens, porque senão os efeitos colaterais serão inevitáveis e até irreversíveis.

Amor e liberdade nunca teve nada a vê com "ficar" ou muito menos com esse tal "compromisso sério." Isso tudo é fantasia de mulher com mentalidade de princesinha e não de uma woman powerful (Mulher Poderosa), indubitavelmente imposta por essa sociedade caótica, atrasada e obstinadamente auto-refém de sua própria monstruosa criação moralmente condicionada e insana.

Ser humano nenhum nasceu para ser um do outro em nome do suposto amor, porque isso é surreal, é ir contra ou insulto a própria natureza, (isso é prisão e herança coletiva da ignorância sociocultural), onde o amor não ganha espaço e propósitos intrínsecas na vida de ambos. 
O ser humano existe para compartilhar em amor e liberdade, (o real amor), e que nisso possa se expandirem em uma nova livre consciência crescente em liberdade mútua, sempre mantendo a digna essência de amigos sem rótulos que livremente se amam dentro da espontânea experiências com objetivo de progressão e evolução de ambas as partes.

Vejo que existe muitas pessoas que falam de amor, mas que na verdade são apenas apreciadores desse amor, porque na prática morrem de medo de viver esse amor ao qual a maioria desconhecem por ser ainda algo desconhecido, e que por consequência vai de encontro e contra a tudo que se acredita no que tange a esse amor egóico, cultural e inteiramente condicionado.

Os paradigmas sociocultural é o grande vilão - o problema recorrente de tudo, porque as pessoas se travam diante da "verdade absoluta" da maioria. E que vivem escravos da auto-imagem dada por terceiros, sem se darem conta de que perderam a sua real autenticidade para consigo mesmo e para com os outros, se utilizando de máscaras e fugindo de si mesmo o tempo todo para agradar a plateia. Sendo assim, como esse mesmo alguém pode dizer que te ama, sendo indiferente a si mesmo como escravo a lealdade de tudo que ele não é, e não tem??!!! 

Apenas viva a real presença do aqui e agora, sempre 
(((estando))) em amor e na liberdade e respeito para com a sua amada (o), sem as correntes da oferenda ou do
 apelo do "compromisso sério" e os seus derivados....porque quando pensamos que alguém é nosso, é bem nessa hora que a perdemos, e quando só amamos estando com alguém, esse amor se torna eterno e genuinamente transformador. 

Vamos em liberdade apenas amar como ama o amor uns aos outros, sem o cruel crivo nefasto do ego humano.


No amor está sempre o (((estar com))) e nunca em (((ter nada pra si)))

- Renato Brito


HOMENS PERIGOSOS


Neste artigo não estará em foco o assassino, o estuprador, o torturador. Os jornais diários falam bastante destes personagens e eles tem adequada cobertura no código penal brasileiro. Existe um tipo de homem que pratica uma violência mais sutil, mais inteligente, que não deixa marcas no corpo e sim no interior das pessoas, invisíveis, impalpáveis, mas frequentemente muito dolorosas.

A mulher jovem, em busca do grande amor de sua vida, aquele com o qual se casará e terá filhos, não raramente encontra homens que falam a linguagem que toca seu coração. Homens que em poucas semanas ou meses de namoro já falam em casamento, tem pressa para casar, querem ter filhos o mais rápido possível. Diante de tantos homens jovens que fogem de compromisso, escorregadios, que querem apenas ‘ficar’, homens assim tão desejosos de um compromisso sério parecem um achado raro e precioso.
Já durante o namoro aparecem pequenos sinais. Estes homens desejosos de compromisso rápido costumam ser ciumentos, às vezes muito ciumentos, possessivos. 
Controlam tudo que a amada faz, onde vai, com quem se encontra. Ligam frequentemente, querem relatório, falam longamente sobre a importância da fidelidade, de viverem um para o outro, de fugir das más companhias. Preferem que sua amada se afaste das amigas e que conviva pouco com a própria família. Querem ser o centro absoluto da vida da namorada. Não querem que ela ouça maus conselhos de suas amigas ou que tenha delas maus exemplos. Querem que se afaste de sua própria família, porque ela agora terá a sua família, seus próprios filhos e precisa afastar-se de sua família de origem porque deve desenvolver sua independência, confiar nele, seu namorado, noivo e futuro marido e afastar-se de todas as influências prejudiciais.

Não raramente começa a semear na mente da namorada ou noiva a idéia de que não é necessário que ela trabalhe, que ele é homem o bastante para sustentar ela e os filhos. Se ela ainda é estudante, vigia-a com rigor. Nada é pior do que o ambiente de uma escola, entre pessoas de ambos os sexos, para desviar uma noiva do bom caminho.
Se ele for cauteloso o bastante consegue que a noiva ou jovem esposa fique grávida, porque aí terá que abandonar o trabalho ou os estudos, para ser uma mãe dedicada em tempo integral. A partir da gravidez um novo homem começa a aparecer. Se antes era zeloso, carinhoso, paciente, dedicado, por vezes até humilde e suplicante, querendo o tempo, atenção e carinho da namorada ou esposa, agora começa a relaxar. Chega mais tarde em casa, fica mais tempo com os amigos, fica mais impaciente com a esposa. Ao nascer o filho relaxa mais ainda. Mulher com um recém nascido é mulher bem presa, não oferece perigo importante, é pouco cobiçável, tem pouca mobilidade. O doce e dedicado namorado vai tornando-se arrogante, dá ordens, é ríspido, discute, impõe seus desejos, quer ser servido, não a ajuda cuidar do filho, arranja desculpas cada vez mais freqüentes para chegar tarde em casa, alega compromissos no trabalho ou simplesmente estava com os amigos, por que os homens precisam disto.
Muitas vezes já ouvi a esposa dizer: ‘Ele está casado mas quer ter vida de solteiro’. Cuidando de um bebê, sem profissão, afastada das amizades e da família a mulher fica refém da situação. Chora em silêncio, se amargura e tenta dedicar-se ao filho, tirar da maternidade sua principal alegria. Com o tempo o filho cresce um pouco, ela começa a pensar em voltar aos estudos ou trabalhar. Ele dificulta ao máximo, fica bravo e começa a desejar ter mais um filho. Se teve uma menina, agora quer um menino e vice versa. Alega que filho único fica mimado e problemático. Insiste, insiste até que a mulher cede porque em geral gosta de ser mãe, acha que dois filhos ou um casal é melhor do que filho único. Com um novo bebê no lar o marido respira aliviado. ‘Agora fica mais difícil ela sair fora’. O casamento vai ficando cada vez pior.

Depois que os dois filhos já cresceram um tanto ela fala em separação. Mas com freqüência não tem para onde ir. Muitas vezes a família de origem não a quer de volta com 2 ou 3 filhos e sem renda. Como não se profissionalizou, se volta a trabalhar ganha pouco, não tem quem fique com os filhos, ou estes ficam mal cuidados. Muitas vezes mantém o casamento para não prejudicar os filhos. Aceita ‘servir’ ao marido sexualmente, porque já perdeu completamente o interesse nele depois de tanto sofrimento e decepção. Quando o recusa sexualmente há brigas violentas, verbais ou corporais. Ele a acusa de adultério. ‘Se você não me quer é porque está com outro’. Alguns homens ameaçam: ‘Se você separar de mim eu te mato e mato a tua família’. Muitas se conformam, se calam e vão levando.
Outros homens, não tão ferozes, quando a mulher se separa e volta para a casa dos pais, fazem assédio intenso. 

Choram, se dizem arrependidos, pedem perdão de joelhos, dizem que vão mudar, que querem mais uma chance, que ele não soube dar valor a ela, que não consegue viver sem ela, que vai se suicidar. Por semanas ou meses vigiam o tempo todo, não dão trégua, a procuram infindavelmente querendo conversar. Muitas mulheres então, na doce ilusão de que terão um marido melhor, já que ele soube reconhecer seus erros em público e com tanto sentimento, voltam a morar com ele achando que agora vai valer a pena, vai ser feliz.
Por algumas semanas ou meses ele fica melhor e aos poucos tudo vai voltando ao normal, ou então fica pior do que antes, porque o homem quer vingança por ter se humilhado tanto para tê-la de volta. Se for bastante esperto, faz com que ela engravide ainda no período em que está ‘bonzinho’, tentando convencê-la de que é um novo homem e que um filho vai unir o casal nesta nova fase.

O desfecho deste tipo de casamento é variável. Quando a mulher fica, às vezes torna-se depressiva e dependente de remédios psiquiátricos, outras vezes desenvolve doenças corporais graves. Às vezes consegue separar-se e refazer sua vida com outro homem, ou então depois de separada vive apenas para ser mãe, temerosa dos homens em geral.
Casar-se e ter filhos com um homem assim não é destino. É escolha. É imprudência. É preciso conviver longamente com alguém antes de decidir-se casar e ter filhos. A mulher que quer ser dona da própria vida necessita ficar alerta para não se deixar seduzir pela pressa masculina por casamento e filhos. Ter uma profissão, estudar o máximo para ter renda suficiente, jamais renunciar à própria carreira em prol de marido e filhos, manter laços íntimos com amigos e família. Não se isolar. Ter uma rede de apoio que possa ajudá-la a pensar e dar-lhe abrigo em caso de necessidade. Jamais renunciar ao sonho de viver um grande amor, ser exigente, não ficar com um homem cheio de defeitos apenas por medo da solidão. Se a solidão amorosa é ruim é ainda apenas um purgatório. Casar e ter filhos com um mau marido, isto sim é o inferno na Terra. Não precisamos passar por isto.

http://www.metro.org.br/



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