29 de mai. de 2016

REFLEXÃO QUANTO A NOSSA POSTURA COMO SOCIEDADE DIANTE DE CASOS DELICADOS


REFLEXÃO DO CASO QUE GANHOU UMA GIGANTE NOTORIEDADE DO CASO DA MENINA E OS "33".

POR RENATO BRITO

Antes quero dizer o que é o conceito de cultura: 


A cultura inclui conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquirido pelo ser humano. E cada país tem a sua cultura que influenciada por diversos fatores, como por exemplo: o Brasil tem uma cultura influenciada pelo samba, mas a nossa cultura não se resume apenas pelo samba, existe também um back ground sociopolítico e religioso que também que exerce a sua influência que molda o caráter de nossa sociedade. Em fim dito do que se trata o conceito de cultura sabemos que a cultura não se resume em música, dança e artes em geral, mas também os costumes, a forma de como interagimos um com outro. Imposições que estão nessa sociedade muito antes do que a gente imagina.  


O que é a cultura do estupro?


Cultura do estrupo vem do termo 'Rape Culture' que foi inicialmente usado pelas feministas nos EUA na década de 70. 
A ideia foi desenvolvida afim de mostrar como a sociedade culpava as próprias vítimas de abuso sexual e normalizava a violência contra a mulher.
Sabendo que cultura é um conjunto de costumes impregnados na sociedade. Quais os costumes que estrariam nessa cultura do estupro?!
Tratamos apenas dos efeitos, mas quanto a causa a gente sempre ignora. Enquanto ficarmos presos pelos efeitos e nunca a encarar a resolver a causa do problema iremos sempre nos deparar com casos deploráveis e repulsivos que cotidianamente acontece.    


A ideia fundamental e propósito que tenho aqui, é abordar sobre o nosso pensamento e comportamento quando nos é oferecido as informações.
 

Não estou aqui para defender os "33" e nem mesmo a menina.
O que defendo aqui é o bom senso e a calma até que tudo seja provado e concluído, se utilizando apenas da razão e da imparcialidade no caso.
Espero que leiam tudo antes de dizer qualquer coisa, porque senão serei eu também julgado injustamente.
Vamos sempre julgar honesta e friamente os dois lados e sermos o mais imparcial possível, ainda mais quando se trata de crimes e um dos crimes mais repulsivos ....o estrupo, mas que infelizmente a sociedade que julga é a mesma sociedade que relativiza a pratica da violência sexual.

Tenho feito uma reflexão de algo que precisa ser mais analisada calmamente em nós mesmos, e de como nós nos comportamos diante de uma notícia, e que sem paciência e calma diante de algo que toma uma proporção alarmante ou de um fato que ainda está em andamento, e que é caso dessa menina, e o mais preocupante que nada ainda foi provado o assunto em questão, tudo está ainda em andamento e um caso em andamento não é um caso encerrado ou dada uma verdade antecipada de que há culpados condenados pela justiça.
Infelizmente de forma precipitada nós emocionalmente logo aderimos e acreditamos em qualquer informação nesse porte como uma verdade pronta e absoluta.
Vejo que as pessoas estão transferindo algo a mídia que não é do seu ofício a julgar nada, e que a mídia por sua vez tem que ser imparcial seja qual for o ocorrido apresentada por ela, e isso serve para nós também. Somos pela mídia muitas vezes inflamados e enredados a tomar conceitos e atitudes discriminatórias antes de qualquer decisão tomada pela lei, e que são até mesmo atitudes irracionais de nossa parte só porque aquele tipo de informação soou para nós como uma verdade convincente por um veículo de grande credibilidade, quando na verdade é apenas uma mera crença coletiva
 do que realmente os fatos querem dizer. 

Por que eu digo isso?
Porquê já houve muitos casos em que a sociedade com a gana e a pressa de julgar o que aparece sem nenhuma verdade comprovada oficialmente, é que muitas pessoas foram prejudicadas e até mortas em função da pressa e tomadas emocionalmente por julgar antes do julgamento por pessoas capacitadas dentro de um rigoroso processo de julgamento.

Vou dar alguns exemplos que muitos talvez desconhecem esse caso, em que 1994 teve uma escola base em que a imprensa noticiou que havia um grupo que faziam orgias sexuais com as crianças na escola, enfim, os responsáveis pela escola, os funcionários e o motorista da Kombi que levava as crianças para escolinha, foram todos taxados de pedófilos e estupradores, e ainda deram uma caprichada na história de que a Kombi que era usada para locomover as crianças, servia de motel da escola do sexo, e a sociedade toda em peso diante dessas informações numa mesma postura precipitada e injusta, condenou, atacou e depredaram o colégio inteiro.
Em suma...com essa postura deplorável da sociedade teve em relação aos donos e os funcionários do colégio tiveram as suas vidas manchadas e destruídas diante de uma pseuda "verdade social absoluta"
E sabe o que aconteceu depois de tudo isso?
Foi comprovado pelo relatório oficial de que não houve abuso sexual com nenhuma criança na escola base, ou seja, nada disso foi absolutamente ((((verdade)))), foi um grande caso inventado, falsa denuncia.

http://www.pragmatismopolitico.com.br/…/caso-escola-base-re…



QUEM SE LEMBRA DO CASO MICHAEL JACKSON?

  • Ele também foi por uma década prejudicado na sua vida pessoal e profissional também, e tudo porquê ele foi apenas acusado de pedofilia e não julgado e condenado pela lei de que ele cometeu esse crime de fato.
  • Pra quem ainda não sabe, uma das crianças envolvidas no processo disse para empresa que tudo não passava de uma mentira inventada pelo próprio pai que queria arrancar dinheiro do cantor Michael Jackson.
  • Olha só como a pressa de julgar sem certeza e razão de nada pode acabar com a vida de alguém, e até mesmo com a carreira de alguém como foi no caso do Michael Jackson, porquê acreditamos em tudo em que nos é oferecido pela mídia ou por qualquer veículo de comunicação.
  • E também teve o mais recente caso do cadeirante que carregava a tocha olímpica, em que nós precipitadamente julgamos o rapaz de algo em que nós desconhecíamos sobre o seu real problema físico, onde tudo que foi falado dele nada foi verdade, dizendo de que a paralisia dele era uma fraude.

    Somos todos vítimas da necessidade pressa em julgar e nunca prudentes em primeiro observar o caso com bom senso e justiça na total imparcialidade em nome da razão e da justiça.
    E ser imparcial e cauteloso nada tem a vê em ser indiferente, mas honesto e justo com a causa em questão. 

Quantas pessoas que prejudicamos e ainda nos mantemos assim, nessa frenética necessidade por julgar os fatos por pura inflamada onda coletiva e extremamente emocional!
Esse tipo de comportamento é tão sério e destrutiva que se nada for mesmo verdade, as pessoas acusadas poderão ser condenadas ao sofrimento pelo resto da vida, fruto de nossa paranoia de julgamento. Porque nós ainda não aprendemos a ter o bom senso de aguardar e ter paciência diante de casos tão delicados aonde a dúvida deveria ser sempre a questão primordial antes de se decidir qualquer coisa diante do que nos foi apresentada. 
Há uma diferença entre uma pessoa ser apenas acusada e outra coisa bem diferente é uma pessoa ser mesmo culpada de algum crime cometido julgada não pela sociedade ou pela mídia, porque essa não é a função da mídia e nem muito menos a nossa, mas por profissionais competentes a julgar o caso na imparcialidade segundo os rigorosos critérios da lei, ou seja, onde os mesmos tem plenas condições de avaliar o caso sem ser parcial com a moça e nem com os rapazes acusados.
Não estou aqui dizendo que foi ou não ela estuprada, mas é bem provável que sim, mas o princípio base da razão, seja no que for, seja mantida (TODOS SÃO INOCENTES ATÉ QUE SE PROVE O CONTRÁRIO OU TODOS SÃO CULPADOS ATÉ QUE SE PROVA O CONTRÁRIO?).

Quanto a nós deveríamos ter um compromisso sempre com uma postura adequada e imparcial em qualquer caso, se valendo apenas no que cabe a nós - a 'suposição' do que "certezas" adquiridas, onde a cautela deveria ser a nossa conduta, até que se confirme mesmo como verdade investigada e comprovada do ocorrido, aí sim, com a verdade na mão, pedimos e exigimos que a justiça seja feita. Porque se nós nos mantermos num papel que não é o nosso, iremos cometer os mesmos erros e injustiças que cometemos no passado, onde pessoas que por serem seduzidas pela mídia, é ao mesmo tempo vítimas de nossa pressa de julgar por receber tudo como um caso encerrado, e que acreditamos que estamos contribuindo de alguma forma, quando na verdade estamos cometendo erros graves de que estamos mais atrapalhando o desfeche do processo do caso do que ajudando.
Nós pela pressa de julgar e condenar sem prova alguma é que destruímos pessoas, simplesmente porquê se tornou um clico vicioso em agirmos por puro impulso submetendo as nossas próprias emoções sem razão alguma.


Obs.: Com o advento da internet tudo vem em frações de segundos, tudo muito rápido, porém essas informações vem carregadas com um grande problema em que as pessoas não percebem; muitas das informações vem inacabadas e imprecisas, e que as vezes é mais título do que informação em busca de um alcance maior e de uma audiência mais rápida, e fora as fraudes que são muitas vezes acintosas. E mesmo assim achamos essas mesmas informações tão "claras" e certas que passamos pra frente e assim a gente condena, recrimina, julga, aponta o dedo e taxa disso e daquilo sem ao menos saber de fato o que realmente aconteceu, se o caso divulgado até mesmo por uma mídia de credibilidade é mesmo verdade ou não.
A garota está sendo avaliada e julgada também, porque pela lei não há vítimas e nem culpados até que tudo seja examinado e concluído por todas as peças fundamentais usado no desenrolar do caso no tribunal.
Então de forma totalmente racional, imparcial e responsável, só nos resta aguardar e esperar o laudo oficial, depois disso podemos entrar em ação, lógico tudo que cabe a nós dentro dos nossos direitos.

Lembrando: Que apoio veementemente o Fim da Cultura do estupro, mas não as nossas atitudes ainda imaturos e infantis. 
Se a gente quer mesmo o fim de algo que agride o nosso próximo e a nós também, devemos mudar a nossa consciência, a nossa postura, e principalmente em reconhecer e corrigirmos que estamos sempre prontos na pressa de julgar, e nunca que estamos prontos em reconhecer que ainda somos imaturos e vítimas das nossas próprias emoções quando diante de fatos que ainda desconhecemos de sua veracidade, se de fato foi mesmo assim ou não como nos contaram. 

ANTES QUE HAJA A VERDADE, NÓS NÃO PODEMOS EXIGIR JUSTIÇA.




2 comentários:

  1. Cultura do estupro é um contexto no qual o estupro é pervasivo e normalizado devido a atitudes sociais sobre gênero e sexualidade.

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  2. Há a necessidade de se conhecer os pressupostos quando existe muito enfoque midiático em casos desse tipo. Sempre ocorre o interesse de acordo com a ideologia de quem escreve ou narra os fatos. Por isso a imparcialidade de opinião não existe, pois somos influenciados ideológica, cultura e historicamente e nossas opiniões são moldadas por essas influências.Por exemplo, é comum que pessoas adeptas às políticas de minoria, execrem os "supostos" estrupadores, já os mais conservadores , julgarão a menina e as suas atitudes como a causa de seu estupro.Nesse sentido concordo com vc quando diz que se deve ter um cuidado em pré-julgar esses acontecidos, mas não concordo quando diz que termos que ser imparciais, pois isso é impossível, principalmente quando há interesses externos ao fato.
    No mais, sou contrário à cultura do estupro e se realmente isso ocorreu, que todos os envolvidos sejam exemplarmente punidos.

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