9 de jun. de 2015

O BEM e o MAL, tem realidade em si mesmos?


"Nossas idéias a respeito do mal são que o mal não tem existência por si mesmo e é apenas a ausência do bem; existe apenas para aquele que é transformado em sua vítima. Surge de duas causas e, tanto quanto o bem, não é uma causa independente da natureza. A natureza é destituída de bondade ou maldade, apenas segue leis imutáveis quando dá vida ou morte, cria ou destrói. A natureza tem um antídoto para cada veneno e suas leis possuem uma recompensa para cada sofrimento.
O verdadeiro mal surge da inteligência humana e sua origem está inteiramente no homem que raciocina e se dissocia da Natureza. A humanidade, portanto, é a verdadeira fonte do mal. O mal é produto do egoísmo e da ganância, gerados pela ignorância. Pense profundamente e descobrirá que, com a exceção da morte – que não é um mal mas uma lei necessária – e de acidentes, que sempre terão sua recompensa em uma vida futura – a origem de cada mal está na ação humana, no homem, cuja inteligência faz dele o único agente livre da natureza.
Não é a Natureza que cria doenças, mas o homem. O destino do homem na economia da natureza é ter uma morte natural provocada pela velhice; salvo acidentes, nenhum homem selvagem ou animal livre morrem devido a doenças. Comida, bebida, relações sexuais, são necessidade naturais da vida; no entanto, o excesso delas traz doença, miséria, sofrimento mental e físico; e estes últimos são transmitidos como os maiores males para as gerações futuras, os descendentes dos culpados.
A ambição, o desejo de assegurar a felicidade e conforto para aqueles que amamos através da obtenção de honras e riquezas são sentimentos naturais, mas quando eles transformam o homem num tirano cruel e ambicioso, um miserável, um egoísta, trazem miséria indescritível para os que estão ao redor dele; e para nações tanto quanto para indivíduos. Tudo isso então – comida, riqueza, ambição e outras mil coisas que deixamos de mencionar – se torna fonte e causa do mal, seja por causa de sua abundância ou devido à sua ausência. Torne-se um glutão, um devasso, um tirano, e você se transforma em um gerador de doenças, de sofrimento e miséria humanos. Deixe de lado tudo isso e você passa fome, é desprezado como um ninguém, e a maior parto do rebanho, os seus semelhantes, transforma você em um sofredor a vida toda. Portanto, não é a natureza nem uma divindade imaginária que devem ser acusadas, mas a natureza humana transformada em algo mau pelo egoísmo. Pense bem sobre estas poucas palavras; identifique a causa de cada mal em que você pode pensar e localize a sua origem e terá resolvido uma terça parte do problema do mal.
E agora, depois de deixar de lado, como é devido, os males que são naturais e não podem ser evitados – e eles são tão poucos que eu desafio todo o conjunto dos metafísicos ocidentais a qualificá-los como males ou atribuir-lhes uma causa independente – direi a você qual é a maior, a principal causa de cerca de dois terços dos males que perseguem a humanidade desde que esta causa se tornou um poder. É a casta sacerdotal, o clero e as igrejas; é nestas ilusões que o homem vê como sagradas, que ele deve procurar a fonte daquele sem-número de males, que é a grande maldição da humanidade e que quase domina totalmente o gênero humano."

Cartas dos Mahatmas, Mestre K. H.




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