7 de abr. de 2015

Qual é o futuro da moral no que se trata de sexo?

Qual é o futuro da moral no que se trata de sexo?
A moral não tem futuro quando se trata de sexo. Na verdade, é a própria combinação de sexo e moralismo que envenenou todo o passado da moral. A moral ficou tão concentrada no sexo que perdeu todas as outras dimensões, que são muito mais importantes. O sexo não deveria ser um tema tão central do pensamento moralista.

A verdade, a sinceridade, a autenticidade – essas coisas deveriam ser os pontos principais da moral.
Mas sexo e moral tornaram-se quase que sinônimos no passado; o sexo passou a ser reverenciado, excessivo. Assim sempre que você diz que uma pessoa é imoral, isso quer dizer simplesmente que existe alguma coisa errada com a vida sexual dela. E quando você diz que tal sujeito é uma pessoa de moral, tudo o que você quer dizer é que essa pessoa segue os preceitos morais ditados pela sociedade a que pertence. A moralidade passou a ter uma única dimensão e isso não é bom. Essa moral não tem futuro; ela está agonizando. Na verdade, já está morta. Você só está carregando um cadáver.
O sexo deve ser um assunto muito mais divertido do que fizeram dele no passado; deveria ser como um jogo, uma brincadeira: duas pessoas brincando com a energia uma da outra. Se elas estão felizes, então ninguém tem nada a ver com isso. Elas não estão prejudicando ninguém; estão simplesmente se divertindo com a energia uma da outra. Trata-se, na verdade, de uma dança entre duas energias. Não deve ser algo com que a sociedade em geral precise se preocupar. Isso só deveria acontecer se uma pessoa começasse a interferir na vida da outra – querer impor a própria vontade, forçá-la a fazer alguma coisa, ser violenta ou desrespeitar a vida dela. Do contrário, não há problema nenhum; isso não deve ser da conta de ninguém.
No futuro, as pessoas terão uma visão totalmente diferente do sexo. Ele será mais divertido, mais alegre, mais uma questão de amizade e de brincadeira do que um assunto sério que tem sido até hoje. O sexo destruiu a vida das pessoas, oprimiu-as – desnecessariamente! Ele criou ciúme, possessividade, dominação, aborrecimento, disputas, brigas e condenações – sem que houvesse alguma razão para isso.
A sexualidade é um fenômeno simples. Não tem de ser considerado tão importante. Ele só significa uma coisa: que a energia pode ser transformada a ponto de atingir planos mais elevados; ela pode ficar cada vez mais espiritual. E só faremos com que ela fique mais espiritual se não levarmos o sexo tão a sério.
Não se preocupe com o futuro da moral com relação ao sexo. Ela vai desaparecer completamente. No futuro, encararemos o sexo de uma forma totalmente diferente. E quando a moral já não estiver tão focada no sexo, ela poderá se voltar para outros assuntos muito mais importantes.
Verdade, sinceridade, totalidade, compaixão, meditação – essas são as verdadeiras preocupações da moral, pois são coisas que transformam a nossa vida.
...
Você não acha que as pessoas podem exagerar caso não haja nenhum tipo de repressão?
Esse medo só procede quando se trata de interesses escusos, que se não forem reprimidos poderão fazer com que as pessoas sejam indulgentes demais.
No meu modo de ver, a indulgencia exagerada é melhor que a repressão. Pelo menos você será autentico e não se sentirá culpado. E eu não acho que uma pessoa inteligente o bastante para não se reprimir não será inteligente o bastante para ver que ela está se aproximando de outro extremo.
Por isso, pode ser que por um tempo, logo que a pessoa se livra da repressão, ela possa exagerar, mas isso não durará muito tempo. Logo ela achará um equilíbrio, pois verá que está escapando de um buraco, mas quase caindo em outro. Por isso não temo que isso aconteça.
Basta olhar para outras áreas em que você tem toda liberdade. Em alguma delas você exagera? Você é livre para tomar quantos banhos você quiser. Isso não significa que você passe o dia todo embaixo do chuveiro. Se fizesse isso, precisaria de um tratamento psiquiátrico. Isso não seria uma questão de repressão ou de exagero, mas de que existe alguma coisa errada em você do ponto de vista mental.
No início, o exagero é perfeitamente compreensível. Por exemplo, os jainistas todo ano jejuam por dez dias. Nesses dias, eles só pensam em comida e nada mais. E eu não os condeno; isso é natural. Eles ficam com fome. Passam os dez dias planejando o que farão quando o jejum acabar – o que comerão, qual é o seu prato preferido. E, quando o jejum acaba, eles passam dois ou três dias comendo muito, o que é natural. É como um pêndulo; se você o empurra para um lado, não pode esperar que ele pare quando chegar ao meio. O impulso o levará para o outro extremo, mas ele será cada vez menor e um dia chegará ao fim.
A repressão foi esse primeiro impulso. Se alguém exagerar, a responsabilidade será daqueles que ensinaram a repressão.
Portanto, não vejo por que temer o exagero.
Osho


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